Pressionada, Globo admite ter apoiado a ditadura
Jornal O Glbobo apoiou a chegada dos militares ao poder
O final de semana foi de novidades no meio da comunicação. Além de lançar o site ´Memória - O Globo´ no sábado (31), as Organizações Globo admitiram em editorial que o jornal impresso O Globo apoiou o golpe de 1964, que deu início a ditadura militar no Brasil. O editorial também foi publicado na versão online do jornal, A empresa avalia que defender a ação dos militares "foi um erro".
Memórias de O Globo
Na página, a equipe de O Globo informa que a ascensão dos militares ao poder foi tida, à época, pelo comando do diário como "única alternativa" democrática ao país. "Naquele contexto, o golpe, chamado de ´Revolução´, termo adotado pelo O Globo durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis".
Não só em nome do jornal, o editorial garante que há anos as Organizações Globo definiram, internamente, que a defesa do golpe militar foi ação equivocada. O texto, no entanto, garante que a divulgação ao público de tal posicionamento não tem quaisquer relações com os recentes protestos. Porém, a Globo vem sendo alvo de duras críticas da população com seus repórteres tendo, inclusive, dificuldades para realizar as reportagens, não só no Brasil como em outras partes do mundo, como em Londres, na Inglaterra. Na última sexta (30), por exemplo, a sede da Rede Globo em São Paulo foi pichada com os dizeres "Globo mente", além de ser alvo de fezes que foram arremessadas por participantes do ato.
"Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: ´A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura´. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura", avalia O Globo ao explicar que a decisão de revelar - de forma direta - o apoio ao começo do regime ditatorial foi definida há tempos para o lançamento da página de lembranças da publicação.
Site de memórias que traz, entre outras ações, a seção ´Erros e Acusações Falsas´. Além da admissão do apoio aos militares, O Globo relembra o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. O jornal informa que, sim, se opôs às políticas do governo, mas que jamais conspirou contra a gestão presidencial - diferentemente da "extensa mitologia". "É falsa a acusação. Opor-se a um político não pode ser confundido com conspirar a fim de desestabilizá-lo e tirá-lo do poder", reforça.
O povo não é bobo
Confira abaixo o vídeo que mostra o repórter Marcos Losekann, correspondente em Londres, em junho deste ano. Losekann não conseguiu terminar a reportagem. Os manifestantes fizeram questão de dizer que o problema não era com o repórter, mas sim com a empresa que ele representava, a Globo.
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