Quarta-feira, 25 de setembro de 2013, 15h50
Cardeal e jornalista debatem sociedade, comunicação e jornalismo
Rádio Vaticano
ANSA
Fundador do jornal italiano La Repubblica, Eugenio Scalfari e o Presidente do Pontifício Conselho para Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi
Foi realizado em Roma, nesta quarta-feira, 25, o ‘Pátio dos Gentios’ dedicado aos jornalistas. No centro do encontro, esteve o diálogo entre o Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi e o fundador do jornal italiano ‘La Repubblica’, Eugenio Scalfari. O ‘Pátio dos Gentios’ é a estrutura criada por Bento XVI para promover o diálogo entre crentes e não-crentes.
“Não estamos aqui para convertermo-nos mutuamente, mas temos em comum a convicção que as nossas posições diversas devam ser fermento para uma terra que tem necessidade de ser fertilizada”. Assim, Eugenio Scalfari concluiu seu diálogo com o Cardeal Ravasi, com o qual confessa ter, há muito tempo, um território espiritual e mental comum.
O fundador do ‘La Reppublica’ havia aberto a conversação destacando ser ‘enamorado’ de Jesus desde que, na juventude, escolheu abandonar a fé. Recorda ter praticado, forçosamente, os Exercícios Espirituais na Casa do Sagrado Coração em Roma, onde encontrou refúgio como renitente à onda fascista. “Devo muito àqueles jesuítas que me ensinaram a raciocinar – confessa Scalfari – mas sou enamorado dos franciscanos”.
O intelectual não-crente explica assim o seu interesse pelo diálogo com os católicos e individua na morte de Cristo na cruz o ápice da encarnação e da mensagem cristã. É justo naquela escolha de colocar o amor pelos outros como anterior ao egoísmo, que Scalfari encontra a mensagem mais importante para uma sociedade onde “a taxa de narcisismo tornou-se patológica’”.
O Cardeal Ravasi, por sua vez, louva Scalfari pela intuição e responde descrevendo o grito de Cristo na Cruz – “meu Deus, porque me abandonaste? – como “o ateísmo salvífico de Cristo”, a quem – especifica ele – a teologia justapõe a Ressurreição enquanto Cristo permanece o Filho mesmo se não sente o Pai e assim “depõe na mortalidade a semente do infinito”.
O Presidente do Pontifício Conselho da Cultura retoma também o tema do papel da Igreja na revolução da comunicação da era digital. Recorda que Jesus nos Evangelhos, nos oferece um método quando utiliza a linguagem breve do ‘tweet’ de modo sistemático, o roteiro televisivo por meio das ‘parábolas’ e baseia na corporeidade o seu anúncio. “Se um pastor hoje não se interessa pela comunicação – observou – está fora do seu ministério”.
Mas no ambiente da nova comunicação digital – explica o Cardeal Ravasi – a linguagem da Igreja deve ter uma “nova gramática”, mais direta, abandonando as “subordinadas”. E abrindo caminho para esta renovada e eficaz presença da Igreja no mundo atual, estão justamente as cartas do Papa Francisco e do Papa Emérito Bento XVI escritas ao Jornal ‘La Reppublica’, e a entrevista do Papa Francisco à revista dos jesuítas “La Civiltá Cattolica”.
jornalistas Pátio dos Gentios Vaticano reflexão Roma“Não estamos aqui para convertermo-nos mutuamente, mas temos em comum a convicção que as nossas posições diversas devam ser fermento para uma terra que tem necessidade de ser fertilizada”. Assim, Eugenio Scalfari concluiu seu diálogo com o Cardeal Ravasi, com o qual confessa ter, há muito tempo, um território espiritual e mental comum.
O fundador do ‘La Reppublica’ havia aberto a conversação destacando ser ‘enamorado’ de Jesus desde que, na juventude, escolheu abandonar a fé. Recorda ter praticado, forçosamente, os Exercícios Espirituais na Casa do Sagrado Coração em Roma, onde encontrou refúgio como renitente à onda fascista. “Devo muito àqueles jesuítas que me ensinaram a raciocinar – confessa Scalfari – mas sou enamorado dos franciscanos”.
O intelectual não-crente explica assim o seu interesse pelo diálogo com os católicos e individua na morte de Cristo na cruz o ápice da encarnação e da mensagem cristã. É justo naquela escolha de colocar o amor pelos outros como anterior ao egoísmo, que Scalfari encontra a mensagem mais importante para uma sociedade onde “a taxa de narcisismo tornou-se patológica’”.
O Cardeal Ravasi, por sua vez, louva Scalfari pela intuição e responde descrevendo o grito de Cristo na Cruz – “meu Deus, porque me abandonaste? – como “o ateísmo salvífico de Cristo”, a quem – especifica ele – a teologia justapõe a Ressurreição enquanto Cristo permanece o Filho mesmo se não sente o Pai e assim “depõe na mortalidade a semente do infinito”.
O Presidente do Pontifício Conselho da Cultura retoma também o tema do papel da Igreja na revolução da comunicação da era digital. Recorda que Jesus nos Evangelhos, nos oferece um método quando utiliza a linguagem breve do ‘tweet’ de modo sistemático, o roteiro televisivo por meio das ‘parábolas’ e baseia na corporeidade o seu anúncio. “Se um pastor hoje não se interessa pela comunicação – observou – está fora do seu ministério”.
Mas no ambiente da nova comunicação digital – explica o Cardeal Ravasi – a linguagem da Igreja deve ter uma “nova gramática”, mais direta, abandonando as “subordinadas”. E abrindo caminho para esta renovada e eficaz presença da Igreja no mundo atual, estão justamente as cartas do Papa Francisco e do Papa Emérito Bento XVI escritas ao Jornal ‘La Reppublica’, e a entrevista do Papa Francisco à revista dos jesuítas “La Civiltá Cattolica”.
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