Quarta-feira, 25 de setembro de 2013, 16h50
Livro revela postura de Bergoglio durante ditadura argentina
Da Redação, com Rádio Vaticano
Rádio Vaticano
O livro será lançado em quatro de outubro pela Editora Emi.
“A lista de Bergoglio. Os salvos por Francisco durante a ditadura. A história nunca contada” é o título do livro escrito pelo jornalista italiano Nello Savo, do jornal ‘Avvenire’, que traz o testemunho de dezenas de perseguidos políticos pela ditadura Argentina salvos pelo Padre Jorge Mario Bergoglio. O livro – com prefácio escrito pelo Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel e com 192 páginas - será lançado em quatro de outubro pela Editora Emi.
Entre os testemunhos recolhidos pelo jornalista, está o do jesuíta Juan Carlos Scannone, hoje com 81 anos, considerado o maior teólogo argentino. Segundo ele, nunca se falou sobre o trabalho de Bergoglio em favor dos perseguidos, para não parecer que estivessem “tentando manipular os fatos dos anos da ditadura”.
Porém, “arriscando uma estimativa mais conservadora, se poderia dizer que o Padre Jorge tenha colocado em locais seguros mais de 100 pessoas”. Entre estes, dissidentes, sindicalistas, sacerdotes, estudantes, intelectuais, crentes ou não.
O livro destaca a história do sindicalista Gonzalo Mosca, escondido no Colégio Máximo como “estudante em retiro espiritual”, posteriormente sendo deportado ao Brasil. “Padre Jorge não somente me acompanhou ao Aeroporto, mas foi até a porta do avião”, contou Gonzalo. Ou ainda, Alicia Oliveira, ativista civil e dissidente, a quem Padre Bergoglio possibilitou que encontrasse seus filhos enquanto estava escondida dentro do Colégio Máximo.
O livro traz também uma carta inédita escrita por Bergoglio à família do Padre Franz Jalics, um dos dois jesuítas sequetrados e torturados na ESMA, o conhecido centro de detenções do regime. “Tomei diversas iniciativas para conseguir a libertação de seu irmão, até agora não tivemos sucesso, mas não perdi a esperança de que ele será libertado brevemente. Decidi que a questão é minha missão”, lê-se numa carta escrita em 15 de outubro de 1976. E ainda “as dificuldades que seu irmão e eu tivemos entre nós sobre a vida religiosa não tem nada a ver com a situação atual”. Jalics “é para mim um irmão”, escreveu Bergoglio na carta.
O livro reconstrói ainda, pela primeira vez, o encontro de Bergoglio com o Almirante Emilio Eduardo Massera, quando pediu a libertação imediata dos dois jesuítas detidos.
No trágico contexto após o golpe de 24 de março de 1976 - 30 mil desaparecidos, 15 mil fuzilados, 500 recém nascidos tirados de suas mãos condenadas à morte pelo regime militar e mais de 2 milhões de exilados -, são numerosas as histórias contadas por Scavo, como a dos três seminaristas do Bispo mártir Enrique Angelelli, que Bergoglio escondeu no Colégio porque eram procurados pelo regime militar. Este episódio inclui o relato do futuro Papa Francisco, que com destemor e correndo riscos, frustrou uma busca de uma patrulha que estava no encalço dos seminaristas.
Papa Francisco Testemunhos livro Jorge BergoglioEntre os testemunhos recolhidos pelo jornalista, está o do jesuíta Juan Carlos Scannone, hoje com 81 anos, considerado o maior teólogo argentino. Segundo ele, nunca se falou sobre o trabalho de Bergoglio em favor dos perseguidos, para não parecer que estivessem “tentando manipular os fatos dos anos da ditadura”.
Porém, “arriscando uma estimativa mais conservadora, se poderia dizer que o Padre Jorge tenha colocado em locais seguros mais de 100 pessoas”. Entre estes, dissidentes, sindicalistas, sacerdotes, estudantes, intelectuais, crentes ou não.
O livro destaca a história do sindicalista Gonzalo Mosca, escondido no Colégio Máximo como “estudante em retiro espiritual”, posteriormente sendo deportado ao Brasil. “Padre Jorge não somente me acompanhou ao Aeroporto, mas foi até a porta do avião”, contou Gonzalo. Ou ainda, Alicia Oliveira, ativista civil e dissidente, a quem Padre Bergoglio possibilitou que encontrasse seus filhos enquanto estava escondida dentro do Colégio Máximo.
O livro traz também uma carta inédita escrita por Bergoglio à família do Padre Franz Jalics, um dos dois jesuítas sequetrados e torturados na ESMA, o conhecido centro de detenções do regime. “Tomei diversas iniciativas para conseguir a libertação de seu irmão, até agora não tivemos sucesso, mas não perdi a esperança de que ele será libertado brevemente. Decidi que a questão é minha missão”, lê-se numa carta escrita em 15 de outubro de 1976. E ainda “as dificuldades que seu irmão e eu tivemos entre nós sobre a vida religiosa não tem nada a ver com a situação atual”. Jalics “é para mim um irmão”, escreveu Bergoglio na carta.
O livro reconstrói ainda, pela primeira vez, o encontro de Bergoglio com o Almirante Emilio Eduardo Massera, quando pediu a libertação imediata dos dois jesuítas detidos.
No trágico contexto após o golpe de 24 de março de 1976 - 30 mil desaparecidos, 15 mil fuzilados, 500 recém nascidos tirados de suas mãos condenadas à morte pelo regime militar e mais de 2 milhões de exilados -, são numerosas as histórias contadas por Scavo, como a dos três seminaristas do Bispo mártir Enrique Angelelli, que Bergoglio escondeu no Colégio porque eram procurados pelo regime militar. Este episódio inclui o relato do futuro Papa Francisco, que com destemor e correndo riscos, frustrou uma busca de uma patrulha que estava no encalço dos seminaristas.
Conteúdo relacionado
Nenhum comentário:
Postar um comentário