DATAS COMEMORATIVAS
O cartão-postal (ou bilhete-postal, ou simplesmente postal) surgiu no século XIX. Existem três versões sobre sua invenção. A primeira a atribui aos americanos H. L. Lipman e J. P. Charlton, que patentearam, em 1861, o chamado "Lipman's Postal Card", cuja circulação se deu após dez anos. A segunda a credita ao diretor dos Correios da Alemanha do Norte, Heinrich von Stephan, que lançou a idéia na Conferência Postal Germano-Austríaca, em 1865. A terceira a imputa ao professor Emmanuel Hermann, que, durante o Império Austro-Húngaro, propôs sua adoção em janeiro de 1869, resultando na emissão do primeiro cartão-postal do mundo, o qual circulou em 1o. de outubro de 1869.
O Brasil instituiu o cartão-postal por meio do decreto no 7.695, de 28/4/1880, promulgado pelo então imperador D. Pedro II.
A primeira idéia do cartão-postal foi bem simples: um pequeno retângulo de papelão fino, que circularia pelo correio sem envelope, com uma face em que seria colocado o endereço do destinatário e o selo postal impresso, e outra face reservada à mensagem. O porte do cartão, inferior ao das cartas comuns, e a dispensa do uso de envelope tornaram a correspondência mais fácil e mais barata. O sucesso dos cartões-postais foi imediato.
Os primeiros cartões-postais emitidos (chamados de "inteiros postais" pelos colecionadores) constituíam monopólio oficial. No final do século XIX, vários países autorizaram as indústrias particulares a imprimirem cartões-postais para circularem pelos correios depois de apostos selos no valor do porte fixado. Essa pequena modificação do cartão-postal como forma de correspondência representou um grande impulso ao seu uso, pois a face destinada à mensagem passou a ser veículo de marketing. O apelo visual e a diversidade de gravuras em preto e branco ou em cores despertaram o interesse dos colecionadores que guardavam os cartões-postais que recordavam viagens, ou que recebiam de amigos, além daqueles obtidos por compra ou troca. Nasceu, assim, a cartofilia.
O passo seguinte para popularizar o uso dos cartões-postais resultou da autorização legal para dividir a face destinada ao endereço em duas partes: uma destinada àqueles; outra, destinada à mensagem. Com isso, as imagens ganharam mais espaço.
Ainda existem algumas dúvidas a respeito do cartão-postal. Alguns colecionadores o entendem como qualquer cartão ilustrado, com dimensões semelhantes às dos que circularam pelos correios. A dúvida também existe em outros países, haja vista que J. R. Burdick, em seu livro Pioneer postcards [cartões-postais pioneiros], (p. 9-10), esclarece: "O critério não é que o cartão tenha sido enviado pelo correio, mas que tenha sido feito com a intenção de ser usado, em si mesmo, como mensagem postada no correio ou como lembrança".
Todavia, um cartão com reprodução de fotografia ou outra ilustração, sem a indicação de que foi feito para circular pelo correio sem envelope e que, portanto, não é considerado cartão-postal para a cartofilia, não perde o seu valor. Outros tipos de colecionadores podem ter um especial interesse por esse tipo de cartão e lhe dar um valor superior ao do cartão-postal.
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