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Se te permitissem um desejo Uma noite aprazível, estrelada. Caminho sem pressa com meu filho Carlo pelas ruas silenciosas e sombrias. Conversamos... Quando a conversa pára com a interrupção das palavras, tenho a sensação de que este silêncio, em Carlos e em mim,é ocupado pela lembrança de Martinho.
Um dos dois solta a pergunta: - Se te permitissem um desejo, o que pedirias? Sem a menor hesitação, apresso-me em responder: - Que Martinho retorne, para abraçá-lo, senti-lo vivo, vê-lo sorrir! Carlos demora um pouco e diz: - Eu pediria para falar com ele. E se ele dissesse para mim: "Aqui onde estou agora é melhor que em minha vida anterior, não lhe pediria que voltasse...
Eis dois modos de sentir duas pessoas que quiseram e querem ansiosamente reencontrar um ente querido ausente.
Há sem dúvida uma diferença enorme entre o amor possessivo, que se outorga o direito de desfrutar da presença da pessoa amada, e o amor não possessivo. Este último só procura a felicidade do outro, mesmo que não lhe seja possível partilhar dela.
O amor não-possessivo é difícil, muito difícil, porém saudável. Será que um dia conseguirei alcançá-lo? Um amor assim, tão altruísta, poderei dedicá-lo a Martinho, ou a alguma outra pessoa. Custará muito, mas tentarei. E sei que serei feliz ao alcançá-lo, mesmo que muitos não o compreendam...
Carlos J. Bianchi
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