IRA CERTA NA HORA CERTA
Mães que batem demais são mães erradas. Mães que não seguram a mão agressiva da criança e não a advertem, ou punem sem bater também erram. Pedagogia tem limites, mas paciência tem parâmetros.
Corre por escolas, revistas e jornais a proposta de os pais nunca baterem em criança. Correto! Criança não pensa e não tem noção de certas responsabilidades nem antes, nem durante, nem depois. Não é batendo que ela chega ao uso da razão. Mas é diferente com o filho que abusa da bebida, do tamanho e da impunidade. O polícia não pode bem deve bater. Há meios de subjugá-lo e são treinados para isso como se treina domadores de feras. Mas… e os pais?
Há um tapinha santo em derriére de criança, e há um tapa cruel. Há um tapa bem dado em cara de filho crescido e desavergonhado e há um tapa cruel . Fez bem o pai que puxou à força o filho para fora da piscina porque ele se despira totalmente. Porque o filho de 18 anos, bebeu demais e beijou à força a filha adolescente da vizinha, a mãe perdeu a calma e encheu a cara do filho de cinco tapas. Bem dados! Na frente da mãe da menina! O que diria a lei sobre o agressão do rapaz e sobre a reação da mãe? O Estado não faria a mesma coisa?
Veio preocupada pedir orientação, pois ouvira dizer que não se deve bater em filho: só pode punir com proibições. Na hora, porém, diante do que viu, a mão falou mais alto. Lembrei-lhe que aquela mão o acariciara por dezoito anos. Se bateu agora, não era menos abençoada. Ela erraria se batesse sempre e erraria se não corresse em defesa da menina de 13 anos. Mas uns tapas bem dados no ato da transgressão num filho adulto também são pedagógicos e estão longe de ser um erro. Ele agiu bêbado e ela agiu irada. Foram dois impulsos!
Ela se espantou que um padre não a condenasse. O primo psicólogo disse o mesmo. Paciência ilimitada é para anjos e não para mães. Mão de mãe que nunca bateu e bate uma vez tem lá suas razões. Jesus usou de chicote no templo. (Jo 2,15) E Jesus era superpaciente! Até hoje o episódio deixa os intérpretes perplexos.
Alguns filhos provocam tais repentes em suas mães. Tapa de mãe já pôs muita vergonha na cara de alguns filhos. Há milhões de homens e mulheres que admitem ter apanhado no dia certo, na hora e do jeito certo. Mereceram. Ouçamos os pedagogos e os psicólogos. Mas ouçamos também as mães que deram vinte anos de amor e, um dia, viram o filho tirar a paz da vizinhança…Esta exceção chamada “ira certa na hora certa” faz parte do pedagogia do amor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário