Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 2013


A Maternidade divina de Maria

jbpsverdade: A cada dia, mais eu amo a Igreja Católica e Maria, a Mãe do meu Senhor e Salvador Deus, Jesus Cristo. Leia caríssimo visitante, esse belíssimo texto que confirma Maria como Mãe de Deus, extraído do blog moreira-crist, de autoria do professor Evaldo Gomes. Quem lê e não se convence é porque o seu intelecto não está sujeito ao Espírito Santo que nos ensina todas as coisas conforme as Palavras de Jesus Cristo, ou seja, Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito. (Jo 14, 25-26)
Agora leia o texto e peça ao Espírito Santo que ilumine o seu intelecto para que entenda e aceite esta verdade de fé. 

xxx 

3 DE JANEIRO DE 2013


Maria, Mãe do Senhor

Todos os dogmas marianos, sem exceção, são primordialmente cristocêntricos. Todos eles apontam para a excelência da pessoa do Senhor. Com efeito, embora falem de Maria, os dogmas relativos a ela só têm razão de ser por causa da sua íntima relação com Jesus Cristo.



Assim, Maria foi perpetuamente virgem porque ela foi reservada exclusivamente para Cristo. A sua Imaculada conceição e a sua Assunção aos céus só ocorreram porque ela, sendo mãe de Cristo, tinha que ser preservada do pecado; e uma vez preservada, assunta aos céus, evidentemente.



Como se vê, é a especialidade de Cristo que realmente faz de Maria essa excelsa criatura.



O outro dogma, diríamos, o mais importante dogma mariano, e inclusive o cerne de todos os outros é justamente este: a maternidade divina de Maria. Ou seja, a relação que Maria tem com Jesus não é apenas uma relação entre criaturas, pois embora Maria seja mera criatura, o seu filho, no entanto, é o próprio Deus. E Maria, por ser mãe de Cristo, que é Deus, logicamente ela é “mãe de Deus” (Theotókos, no grego). Esse dogma, reconhecido oficialmente em 431, no Concílio de Éfeso, é aquele do qual todos os outros dogmas marianos se derivam.



A doutrina é tão evidente que os argumentos usados pelos adversários desse dogma são totalmente insustentáveis. Diante dos fatos não há realmente argumento. Alega-se, por exemplo, que Maria é mãe da humanidade de Jesus, não da sua divindade. Se humano gera humano Maria, para eles, não poderia gerar Deus, mas, sim um mero humano. Chegam os inimigos do dogma até a exigirem de nós a prova bíblica para a aceitação da doutrina (como se eles pudessem, na Bíblia, provar o contrário). Argumentam, então, que a Bíblia nunca usa para Maria, o título de “mãe de Deus”. Então, concluem: Maria foi apenas mãe para a humanidade de Cristo, não para a sua divindade; pois a divindade do Senhor é eterna.



O despautério dessa afirmação é patente: o suposto absurdo que eles querem encontrar no dogma, na realidade não está na maternidade de Maria, mas sim na identidade do Filho dela. Humano gera humano quando a mãe e o filho são meramente humanos; mas, quando esse humano gerado também é divino, o outro humano, mesmo que continue apenas humano, estará gerando um humano-divino, sem a mínima dúvida. O “absurdo”, portanto, está no humano ser também divino; não no humano gerar um divino que se humanizou. Ora, se Jesus não fosse Deus, realmente seria absurdo Maria ser mãe de Deus; mas se o filho de Maria não é meramente humano, mas também Deus, ela, de fato, é mãe de Deus. Pois Jesus não é Deus ou homem, mas, sim, Deus e homem ao mesmo tempo. Logicamente, Maria é mãe de Deus, quer gostem, quer não gostem os seus adversários.



Sabe por que a Bíblia nunca chama Maria de mãe de Deus assim com essas palavras? Por um único motivo: é que essa mesma Bíblia nunca chama Cristo explicitamente de Deus. Ora, se as Escrituras nunca chamam Cristo explicitamente de Deus, como podemos querer que ela chame Maria de mãe de Deus explicitamente?



Um dos poucos textos bíblicos, porém, que dão a Jesus o nome de Deus, embora não exatamente com essas palavras, também chama Maria de mãe de Deus. Veja Mt 1,23: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz a um filho que se chamará Emanuel, que significa: Deus conosco.” É claro que quem dá à luz a Deus conosco é “mãe” deste Deus conosco. Responda, por exemplo, se quem dá à luz ao presidente da República não é “mãe” do presidente da República. Como poderá uma mulher dar à luz a Deus conosco e não ser mãe dele? Só mesmo no estrabismo sectário.



Além disso, em Lc 1,42 Isabel chama Maria de “mãe do meu Senhor”. Ora, Lucas foi escrito em grego, e no grego a palavra “Senhor” é kyrius, termo grego que substitui o tetragrama, e que todos os estudiosos da Bíblia sabem que ele demonstra a divindade de Jesus. Não está, pois, Isabel aí chamando Maria mãe de Deus?



Questionar a maternidade divina de Maria só é realmente possível em três casos: primeiro, se Jesus não for Deus; ou, então, se em Jesus havia duas pessoas, uma humana e outra divina. Nesse caso, Maria estaria gerando a pessoa humana, não a divina. Terceiro, se Maria não é mãe de Jesus. Admitir essas realidades e negar a maternidade divina de Maria é o cúmulo do absurdo. E negar uma das duas primeiras verdades é comprometer a identidade do Senhor. Negar a terceira é chocar-se claramente com a Bíblia, e chocar-se com a Bíblia é chocar-se com o próprio Jesus, pois ela é palavra dEle.



Percebeu o caro leitor que para se negar que Maria seja mãe de Deus tem que se ferir o próprio Jesus? No fundo o atingido não é Cristo? Então, fica claro que os que combatem a Virgem santa estão, de fato, combatendo seu filho amado, Cristo Jesus. Diminuir a relação da Virgem com Jesus implica esvaziar o próprio Jesus. A negação da Maternidade divina de Nossa Senhora é, na verdade, um problema cristológico muito mais do que mariológico.



Não dá para acreditar que os evangélicos, admitindo o mesmo ensino católico sobre a pessoa do Senhor (divindade e unicidade de pessoa), negam essa realidade. Como pode uma mulher ser mãe de uma pessoa única e não ser mãe dessa pessoa inteira? Seria o caso de perguntar ainda: então, nossa mãe não é mesmo nossa mãe, já que ela não nos gerou a alma, mas apenas o corpo?



Todos nós sabemos que Jesus é Deus encarnado, e que nele há uma única pessoa, com duas naturezas (uma divina e outra humana). Maria é Mãe de Deus, porque é mãe da pessoa de Cristo. Ela não é mãe da Divindade de Cristo, pois esta divindade já existia desde toda a eternidade. Mas a partir do momento em que o Verbo se encarnou no seio da Virgem, ela tornou-se a mãe da pessoa de Cristo inteiro que é homem e Deus ao mesmo tempo.



Nenhuma mulher é mãe de uma natureza, mas sim de uma pessoa. Nossa mãe é nossa mãe, embora não nos tenha gerado a alma humana, mas apenas por nos ter gerado humanamente. Ela é nossa mãe porque é mãe da nossa pessoa e não da nossa natureza.



A partir da Encarnação, a Virgem realmente tornou-se Mãe de Deus porque em Jesus existe uma só pessoa com duas naturezas. Não há nele uma pessoa divina e outra humana. Não é um corpo humano (co) habitado pela 2ª pessoa da Trindade, mas sim a Encarnação desta única pessoa. Uma só pessoa, embora, duas naturezas. É notório, então, que aqueles que negam ser Maria mãe de Deus não estão entendendo corretamente o Mistério da Encarnação. E o problema é, pois, cristológico, não mariológico.



O Concílio de Niceia (325) e o de Constantinopla (381) definiram que Cristo era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, ou seja, que Cristo era uma única pessoa (divina), porém, com duas naturezas distintas (a humana e a divina). Depois desses Concílios, a Igreja pôde estudar melhor a humanidade de Cristo e qual o relacionamento dele com a sua divindade. Isto foi possível porque, a partir daquele momento, houve um consenso a respeito da unicidade de pessoa e da duplicidade de naturezas em Cristo.



Em 431, então, a Igreja convocou o Concílio de Éfeso (que vale ressaltar tratar-se de um Concílio legítimo, aceito inclusive pelos protestantes históricos) para discutir e fechar o assunto. Um dos bispos presentes nesse Concílio, o bispo Nestório de Constantinopla, achava que o Verbo habitava na humanidade de Jesus como um homem se acha numa veste; segundo ele, havia duas pessoas em Cristo "uma divina e outra humana" unidas entre si por um vínculo afetivo ou moral. Consequentemente, Maria não seria Mãe de Deus (Theotókos), mas somente Mãe de Cristo (Christókos); ela teria gerado o homem Jesus, ao qual se uniu a 2ª pessoa da Trindade com a sua Divindade.



A Igreja Primitiva, porém, definiu que Maria é Mãe de Deus porque é Mãe da Pessoa de Cristo, que é Deus. Durante o Concílio, São Cirilo apresentou inúmeros textos dos Padres apostólicos em defesa da maternidade divina de Maria, o que ajudou ainda mais a se definir a fé que hoje professamos.



Basta, de fato, estudar a Igreja primitiva para constatarmos que a fé que a Igreja Católica definiu em Éfeso realmente foi deixada e ensinada pelos apóstolos e seus sucessores.



Veja:


Santo André apóstolo, por exemplo, disse: "Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu." (Sto Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.). 



São João, apóstolo, e autor do Evangelho homônimo e do Apocalipse, também disse: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não a um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana." (S. João Apost. Ibid). 



O apóstolo S. Tiago também disse em sua liturgia: "Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus" (S. Jac. in Liturgia). A própria liturgia que S. Marcos Evangelista (Bispo e fundador da Igreja em Alexandria (Egito), também discípulo de São Pedro e São Paulo) deixou à Igreja no Egito (hoje, a Igreja Copta Ortodoxa) é riquíssima na fé de que Maria é Mãe de Deus.



O mesmo acontece com a liturgia deixada por S. Mateus na Etiópia e a que São Tomé deixou à Igreja na Índia (hoje, Igreja Nestoriana). 



S. Dionísio Areopagita: "Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes." (S. Dion. in revel. S. Brigit.). 



Orígenes (Sec. II) escreveu:"Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe" (Orig. Hom. I, in divers.)



 Santo Atanásio disse: "Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta." (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.). 



Santo Efrém: "Maria é Mãe de Deus sem culpa" (S. Ephre. in Thren. B.V.). 



S. Jerônimo: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus". (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.). 



Santo Agostinho: "Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus". (S. Agost. in orat. ad heres.).



Convém lembrar aqui também que nem os Pais da Reforma negaram essa verdade. Veja, por exemplo, Lutero, o qual a respeito das virtudes de Maria, dizia: "A bem-aventurada Virgem via Deus em tudo; não se apegava a criatura alguma; tudo, Ela o referia a Deus... Por isto é puríssima adoradora de Deus, Ela que exaltou Deus acima de todas as coisas" ( Weimar, tomo 1, pg.60s ).



No término de sua vida, aos 17/01/1546, Lutero exclamou um sermão muito agitado: "Não se deve adorar somente o Cristo? Mas não se deve honrar também a Santa Mãe de Deus? Esta é a mulher que esmagou a cabeça da serpente. Ouve-nos, pois o Filho te honra; Ele nada te nega. Bernardo foi longe demais ao comentar o Evangelho... Só a respeito de Cristo está dito: 'Ouvi-o' e: 'Eis o Cordeiro de Deus'... Isto não foi dito a propósito de Maria, nem dos anjos, nem de Gabriel"( Weimar, tomo 51, pg. 128s). Vê-se que até os últimos dias Lutero guardou certa devoção à Mãe de Deus... Que ele invocou no seu comentário ao Magnificat: "A mesma amantíssima Mãe de Deus queira obter a graça para mim, a fim de que possa expor o seu cântico com proveito e profundidade" (Weimar, tomo 7, pg. 545 ).



Zwinglio que iniciou uma reforma em Zürich (Suíça), declarou: "Estimo grandemente a Mãe de Deus, a Virgem Maria perpetuamente casta e imaculada" ( ZO 2,189). Heinrich Bullinger, sucessor de Zwinglio, testemunhou: "Cremos que o corpo puríssimo da Virgem Maria, Mãe de Deus é templo do Espírito Santo... foi levado pelos anjos ao céu".

Professor Evaldo Gomes



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