Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


OS NOVÍSSIMOS -
OS ÚLTIMOS FINS DO HOMEM.

"Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se no fim perde a sua alma".Mt 16,26
"Em tudo o que fazes lembra-te do teu fim e jamais pecarás." Ecle 7,4
"É bom pensar nos novíssimos todos os dias... porque este pensamento é eficacíssimo para nos fazer evitar o pecado."  S.Pio X, Catecismo Maior.














     

A MORTE


Origem da Morte


A morte na ordem atual de salvação é conseqüência punitiva do pecado (de fé)

Em seu decreto sobre o pecado original nos ensina o concílio de Trento que Adão, por ter transgredido o preceito de Deus, atraiu sobre si o castigo da morte com que Deus o tinha ameaçado e transmitiu esse castigo a todo o gênero humano. cf Dz788 s ; Dz 101, 175.

Dz 788. « Se alguém não confessar que o primeiro homem Adão, depois de transgredir o preceito de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a santidade e a justiça em que havia sido constituído; e que pela sua prevaricação incorreu na ira e indignação de Deus e por isso na morte que Deus antes lhe havia ameaçado e com a morte na escravidão e, debaixo do poder daquele que tem o império da morte (Heb 2, 14), isto é, o demônio, e que Adão por aquela ofensa foi segundo o corpo e a alma mudado para pior – seja excomungado.»

Dz 789. « Se alguém afirmar que a prevaricação de Adão prejudicou a ele só e não à sua descendência; e que a santidade e justiça recebidas de Deus, e por ele perdidas, as perdeu só para si e não também para nós; ou [disser] que, manchado ele pelo pecado de desobediência, transmitiu a todo o gênero humano somente a morte e as penas do corpo, não porém o mesmo pecado, que é a morte da alma – seja excomungado, porque contradiz o Apóstolo que diz: Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte e assim a morte passou para todos os homens, no qual todos pecaram. (Rom 5, 12).»

Ainda que o homem seja mortal pela sua natureza já que o seu ser está composto por partes distintas, sabemos pelo testemunho da revelação que Deus dotou o homem, no paraíso, do dom preternatural da imortalidade corporal. Mas, no castigo de ter quebrado a ordem que tinha imposto para o provar, o Senhor infligiu-lhe a morte, com que já antes o tinha intimidado. Gen2,16-17 «Podes comer do fruto de todas as arvores do jardim; mas não comas o da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que o comeres, certamente morrerás»

S.Paulo ensina que a morte é castigo do pecado de Adão; « Por isso, tal como por um só entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram...» Rom 5,12 « Portanto como pela falta de um só, veio a condenação para todos os homens, assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a justificação que dá a vida.» Rom 5,18 « É que o salário do pecado é a morte;» Rom 6,23.


O que é a morte?

A morte é a separação da alma do corpo.

O corpo é entregue à terra e aí se desfaz. Regressa ao pó donde saiu. Gn 3,19. Mas a nossa alma, não se desfaz, é imortal. Imediatamente depois da morte, a nossa alma comparecerá perante o Deus vivo Criador supremo de tudo quanto existe e aí será julgada. « Está determinado que os homens morram uma só vez, e depois disto será o juízo» Heb 9,27.

Pertence ao depósito da fé que a alma é a forma substancial do corpo (Denz 481). Pois bem, na morte rompe-se essa união substancial existente entre a alma e o corpo. O corpo sem o seu principio vital, do qual depende intrinsecamente fica sem vida e converte-se automaticamente em cadáver...Diz a sagrada escritura: « Lembra-te do teu Criador nos dias da mocidade, antes que venham os dias da desgraça...Antes que o fio de prata se rompa e o copo de ouro se parta, antes que o jarro se quebre na fonte a  roldana rebente no poço, antes que o pó volte à terra de onde veio e o espírito [=alma] volte a Deus que o concedeu.» (Eclesiastes 12,1,6-7)




Significado da morte.

Com a chegada da morte cessa o tempo de merecer e desmerecer e a possibilidade de converter-se (sentença certa).
 
Esta doutrina da Igreja elimina a doutrina dos "origenistas" que defendiam que os homens e os anjos condenados acabariam por se converter e finalmente possuiriam a Deus. Diz o Magistério da Igreja em Denz. 211 « Se alguém disser ou sentir que o suplício dos demônios e dos homens é temporal e que terá fim algum dia, verificando-se a restituição e reintegração dos demônios e dos homens ímpios, seja anátema.» Vigilio, Papa (contra Origenes)

Também elimina a doutrina da "transmigração das almas" ou reencarnação muito difundida, segundo a qual a alma depois de abandonar o corpo atual, entra noutro corpo distinto até encontrar-se totalmente purificada para conseguir a bem-aventurança.

O sínodo de Constantinopla no ano 543 DC reprovou esta doutrina; Dz 211. É doutrina fundamental da Sagrada Escritura que a retribuição que se recebe na vida futura dependerá dos merecimentos ou desmerecimentos adquiridos durante a vida terrena. Segundo Mt, 25,34ss o soberano Juíz faz depender a sua sentença do cumprimento ou omissão das boas obras na terra. O rico Epulão e o pobre Lázaro acham-se separados no mais além por um abismo insuperável (Lc 16,26). O tempo que se vive sobre a terra é "o dia", o tempo de trabalhar; depois da morte vem a "noite", quando já ninguém pode trabalhar" (Jo 9,4).

S.Paulo ensina : «Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal» 2 Cor 5,10. Por isso nos exorta o Apóstolo a fazer o bem «enquanto temos tempo» Gal 6,10; cf Ap. 2,10.

Assim com a morte termina para a alma o tempo de proba ou o "estado de viajante" e penetra para sempre no "estado final ou eterno" aonde já não pode merecer nem pecar. Com a morte se chega ao estado de término, que permanecerá imutável por toda a eternidade. Mais além da morte não existe possibilidade de mudar o destino que o homem mereceu ao morrer.


A Morte e Maria


Diz-se que um dia uma alma eleita, perguntou ao Bom Deus:- Porque certas almas que vivem no vosso amor, temem a morte? Não é ela a porta do Paraíso? Eis o que Jesus respondeu:

" Minha Filha, a morte é temível porque é o castigo do pecador. Mas há uma luz que ilumina: minha Mãe! Na agonia da morte, quando o inimigo se levanta para roubar-me almas, eis que minha Mãe brilha, qual luzeiro luminoso e mostra-lhes que é mãe também dos pecadores e que há de advogar por eles ante o tribunal divino!

Se meus filhos, quando recitam " Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte" rezassem bem na vida, não teriam medo de morrer.

Quem é verdadeiro devoto de minha Mãe, morre com um sorriso nos lábios, porque Ela assiste a todos os meus filhos na hora da morte. Nesta hora suprema Ela vem assistir aos pobres pecadores para ver se ainda consegue abrandar os seus corações endurecidos. Como Me alegram os corações que nela confiam, porque ainda tenho esperança de salvá-los!

Quem conhecer esta Mãe amável e a invocar na vida com confiança, no meio da agonia, encontrará este farol luminoso, que lhe mostrará as portas do paraíso"

Maria! é a mais Bela Flor do altíssimo. Ela é a mais bela flor do Céu e da Terra, « humilde e elevada acima de qualquer criatura». Nenhum outro ser a poderá jamais igualar. Ela é a loucura de Deus, o delírio de Deus. Objeto da complacência divina. Ela nunca conheceu, mesmo por um instante, a escravidão de Satanás. Satanás odeia Maria, a Filha de Deus, a Mãe de Deus, o objeto das delícias divinas, a obra prima da Omnipotência, da Omnisciência e da Omnipresença Divina. Diante dela se inclinam as tropas angélicas e todos os santos do Paraíso. Maria põe em fuga todas as potências tenebrosas e com o seu pé esmaga, todas as vezes que quer, a cabeça da serpente venenosa, Satanás. « Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre a tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.» Gn 3,15

Feliz de ti se invocas a Virgem Imaculada, a Porta do Céu no momento da tua morte e lhe suplicas que interceda por ti junto do Altíssimo. Sim, feliz de ti! Pois já estás a caminho do Paraíso. Se conhecêssemos o poder da Oração de Maria, junto do trono do Altíssimo! Por isso recomendo-te. Pensa em Maria, fala com Maria, Ora a Maria, suspira por Maria e entrega-te a Maria, durante toda a tua vida, mas de forma especial na hora da morte! E quando chegar a tua hora final sobre esta terra, invoca Aquela que é o Refúgio dos Pecadores e serás salvo.

Lembra-te de Maria e Ela lembrar-se-á de ti junto do Altíssimo.

Diz Santo Afonso Maria de Ligório que: « é impossível que alguém devoto de Maria se condene, se procura obsequiá-la e encomendar-se ao seu patrocínio... Aqueles devotos com desejo de emenda, juntam a fidelidade em obsequiar e encomendar-se à Mãe de Deus. Destes afirmo, que moralmente falando, não é possível que se condenem.» e Acrescenta: «...Oh Virgem benditissíma! Tão impossível é que se salve, o que de Ti se aparta, como perder-se o que se vale de Ti.» Glórias de Maria, Cap VIII.


A Morte, o Moribundo e a Família.

É dever dos familiares fazer tudo quanto é possível e está ao seu alcance para salvar a alma do moribundo sob pena de pecado grave ou mesmo mortal.

É conveniente chamar o Sacerdote para que o enfermo ou moribundo receba a absolvição dos seus pecados, apenas iniciada a gravidade da situação ainda que não exista, todavia, perigo de morte próxima.

Infelizmente, existe um miserável e estúpido costume, anti-cristão [ que a tantas almas terá custado a sua salvação eterna] de só chamar o Sacerdote no último instante, alegando os familiares que não se pode melindrar o enfermo falando-lhe de confissão ou extrema unção, chamando para isso o sacerdote pois poderia induzir o doente que está próxima a sua morte. Este é um dos maiores crimes que se podem cometer, daqueles que clamam vingança ao Céu e que não ficarão sem castigo já neste mundo e depois no outro. Existem famílias tão néscias e insensatas que preferem que o enfermo vá tranquilamente para o inferno sem assustar-se, do que ir para o Céu, mesmo que para isso se lhe deva dizer, caritativamente, a verdade. Isto é o cúmulo da cegueira e insensatez! Ai dos que tenham sobre a sua consciência semelhante crime. Terão que dar contas terríveis a Deus...

«... Morrirás sem te dares conta? Quem são os moribundos inconscientes? Chamo eu assim, aqueles desgraçados que, gravemente enfermos, mas enganados pelos seus parentes, ocultam-lhes a gravidade da sua enfermidade e a aproximação do seu fim, não sabem que vão morrer até que morrem; nem caiem na conta que vão ao Juízo de Deus até que estão nele. Seus parentes e amigos, seu Pai, sua Mãe, seus irmãos, cruéis e ímpios apesar de vê-lo a caminhar para a morte, para não alarmá-lo, não o avisam, nem lhe trazem um Sacerdote, nem lhe procuram os últimos sacramentos, nem o avisam que se prepare. Oh, Que terrível desgraça e terrível castigo do Justo Juíz, que permite que os próprios amigos e parentes sejam cúmplices criminais da condenação de tantos moribundos! Quem dirá os que se condenaram porque seus parentes não lhes avisaram a tempo que recebessem os sacramentos?...»P.Vilarinho, Caminhos da Vida, nº 11, Como se morre.

Advertimos, por outro lado, que a recepção dos santos sacramentos em perigo de vida é um verdadeiro mandamento da Santa Igreja, que obriga tão gravemente, como ouvir missa aos domingos e dias festivos. De maneira que o enfermo grave que recusa recebê-los ou os familiares que para não o assustar ou por qualquer outro pretexto estúpido não o avisam a tempo - sobretudo se o enfermo não se dá conta por si mesmo de que está gravemente enfermo - cometem, sem dúvida alguma, um verdadeiro pecado mortal. Cf Royo Marin , Teologia da Salvação, A morte, nº 179.

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