O Deus que procuramos
Pe. Zezinho, scj O Deus que procuramos é um Deus que pode ser encontrado, mas não do nosso jeito: tem que ser do jeito Dele.
Toda vez que dissermos que achamos Deus e o encontramos do nosso jeito, corremos o risco de ter encontrado o
sinal e confundido as coisas. Agarramos a placa que apontava para o destino pensando que ela era o destino.
Fizemos como o bêbado que se agarrou à placa que dizia Belo Horizonte achando que tinha chegado...
Há religiosos que se comportam como aquele bêbado.
Aquela língua de fogo na cabeça dos apóstolos não era o Espírito Santo: era um sinal que Ele dava. Aquela pomba
que pairou sobre Jesus no dia do seu batismo, não era o Espírito Santo: era um sinal do Espírito Santo de Deus.
Aquele vento forte que soprou no cenáculo não era o Espírito Santo: era sinal do Espírito Santo. As pessoas
têm a tendência de confundir a imagem da pessoa com a pessoa. Os primitivos confundiam a foto da pessoa com
a alma da pessoa. Muita gente, hoje, confunde as manifestações de Deus com o próprio Deus, mas são apenas
manifestações. São sinais que Deus envia.
É claro que aqueles sinais nascem Dele, mas aqueles sinais não são Ele. Da mesma forma que eu não sou a
palavra que pronuncio, nem a pintura que pinto, nem a canção que canto: eu sou mais do que tudo isso. As
pessoas que não param para refletir são capazes de confundir alhos com bugalhos. Receberam um sinal
de Deus e dizem que receberam Deus. Viram um sinal que não entenderam e que poderia ser de Deus e
dizem que viram Deus. A sarça ardente que Moisés viu não era Deus. Era só sinal.
É por isso que no mundo existem muito mais visões do que aparições. Vê-se muito mais do que aquilo que
realmente aconteceu. A mente humana é muito criativa. É capaz até de criar o que ela gostaria que existisse.
Por isso pode criar uma Nossa Senhora que realmente não apareceu, um santo que realmente não lhe disse
nada, ou o próprio Deus que realmente não se manifestou. Não confundamos os sinais que estamos procurando,
com aquele que estamos vendo. Mas já é grande coisa sabermos distinguir os sinais. Eles, ao menos mostram
que estamos no caminho certo. Se não nos comportarmos como bêbados, eles são úteis. O bêbado vai achar que
chegou, só porque achou a placa ou a seta... Procuremos, mas procuremos direito...
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Referência: Discípulos e missionários - Pe. Zezinho
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