Blog Alma Missionária

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

 


A DIGNIDADE DO PADRE
(SANTO AFONSO DE MARIA LIGÓRIO)
 (A Selva, Parte I, Capítulo I.)

I. Idéia da dignidade sacerdotal

Diz Sto. Inácio, mártir, que a dignidade sacerdotal tem a supremacia entre todas as dignidades criadas. Santo Efrém exclama: “É um prodígio espantoso a dignidade do sacerdócio, é grande, imensa, infinita. Segundo S. João Crisóstomo, o sacerdócio, embora se exerça na terra, deve ser contado no número das coisas celestes. Citando Sto. Agostinho, diz Bartolomeu Chassing que o sacerdote, alevantado acima de todos os poderes da terra e de todas as grandezas do Céu, só é inferior a Deus. E Inocêncio III assegura que o sacerdote está colocado entre Deus e o homem; é inferior a Deus, mas maior que o homem.
Segundo S. Dionísio, o sacerdócio é uma dignidade angélica, ou antes divina; por isso chama ao padre um homem divino. Numa palavra, concluí Sto. Efrém, a dignidade sacerdotal sobreleva a tudo quanto se pode conceber.
Basta saber-se que, no dizer do próprio Jesus Cristo, os padres devem ser tratados como a sua pessoaQuem vos escuta, a mim escuta; e quem vos despreza, a mim despreza. Foi o que fez dizer ao autor da Obra imperfeitaHonrar o sacerdote de Cristo, é honrar o Cristo; e fazer injúria ao sacerdote de Cristo, é fazê-la a Cristo”. Considerando a dignidade dos sacerdotes, Maria d’Oignies beijava a terra em que eles punham os pés.

II. Importância das funções sacerdotais

Mede-se a dignidade do padre pelas altas funções que ele exerce. São os padres escolhidos por Deus, para tratarem na terra de todos os seus negócios e interesses; é uma classe inteiramente consagrada ao serviço do divino Mestre, diz S. Cirilo de Alexandria. Também Sto. Ambrósio chama ao ministério sacerdotal uma “profissão divina”. O sacerdote é o ministro, que o próprio Deus estabeleceu, como embaixador público de toda a Igreja junto dele, para o honrar, e obter da sua bondade as graças necessárias a todos os fiéis.
Não pode a Igreja inteira, sem os padres, prestar a Deus tanta honra, nem obter dele tantas graças, como um só padre que celebra uma missa. Com efeito, sem os padres, não poderia a Igreja oferecer a Deus sacrifício mais honroso que o da vida de todos os homens: mas o que era a vida de todos os homens, comparada com a de Jesus Cristo, cujo sacrifício tem um valor infinito? O que são todos os homens diante de Deus senão um pouco de pó, ou antes um nada? Isaías diz: São como uma gota de água... e todas as nações são diante dele, como se não fossem.
Assim, o sacerdote que celebra uma missa rende a Deus uma honra infinitamente maior, sacrificando-lhe Jesus Cristo, do que se todos os homens, morrendo por ele, lhe fizessem o sacrifício das suas vidas. Mais ainda, por uma só missa, dá o sacerdote a Deus maior glória, do que lhe têm dado e hão de dar todos os anjos e santos do Paraíso, incluindo também a Virgem santíssima; porque não lhe podem dar um culto infinito, como o faz um sacerdote celebrando no altar.
Além disso, o padre que celebra oferece a Deus um tributo de reconhecimento condigno da sua bondade infinita, por todas as graças que ele há sempre concedido, mesmo aos bem-aventurados que estão no Céu. Este reconhecimento condigno nem todos os bem-aventurados juntos o poderiam prestar; de modo que, ainda sob este ponto de vista, a dignidade do padre está acima de todas as dignidades, sem excetuar as do Céu.
Mais, o padre é um embaixador enviado pelo universo inteiro, como intercessor junto de Deus, para obter as suas graças para todas as criaturas; assim fala S. João Crisóstomo. Santo Efrém ajunta que o padre trata familiarmente com Deus. Para o padre, numa palavra, não há nenhuma porta fechada.
Jesus Cristo morreu para fazer um padre. Não era necessário que o Redentor morresse para salvar o mundo: uma gota de sangue, uma lágrima, uma prece lhe bastava para salvar todos os homens; porque, sendo esta prece dum valor infinito, era suficiente para salvar, não um mundo, mas milhares de mundos.
Pelo contrário, foi necessária a morte de Jesus Cristo para fazer um padre: pois, de outro modo, — onde se encontraria a Vítima que os padres da lei nova oferecem hoje a Deus, Vítima santíssima, sem mancha, só por si suficiente para honrar a Deus duma maneira condigna de Deus? O sacrifício da vida de todos os anjos e de todos os homens não seria capaz, como acabamos de dizer, de prestar a Deus a honra infinita, que lhe presta um padre com uma só missa.

III. Excelência do poder sacerdotal

Mede-se também a dignidade do padre pelo poder que ele exerce sobre o corpo real e o corpo místico de Jesus Cristo.
Quanto ao corpo real, é de fé que no momento em que o padre consagra, o Verbo encarnado se obrigou a obedecer-lhe, vindo às suas mãos sob as espécies sacramentais. Causou espanto que Deus obedecesse a Josué, e mandasse ao sol que se detivesse à sua voz, quando ele disse: Sol! fica-te imóvel diante de Gabaon... E o sol deteve-se no meio do Céu.
Mas é muito maior prodígio que Deus, em obediência a poucas palavras do padre, desça sobre o altar, ou a qualquer parte em que o sacerdote o chame, quantas vezes o chamar, e se ponha entre as suas mãos, embora esse sacerdote seja seu inimigo! Aí permanece inteiramente à disposição do padre, que pode transportá-lo à sua vontade dum lugar para outro, encerrá-lo no tabernáculo, expô-lo no altar, ou ministrá-lo aos outros.
É o que exprime com admiração S. Lourenço Justiniano, falando dos padre: “Bem alto é o poder que lhes é dado! Quando querem, demudam o pão em corpo de Cristo: o Verbo encarnado desde do Céu e desce verdadeiramente à mesa do altar! É-lhes dado um poder que nunca foi outorgado aos anjos. Estes conservam-se junto do trono de Deus; os sacerdotes têm-no nas mãos, dão-no ao povo e eles próprios o comungam”.
Quanto ao corpo místico de Jesus Cristo, que se compõe de todos os fiéis, tem o sacerdote o poder das chaves: pode livrar do inferno o pecador, torná-lo digno do Paraíso, e, de escravo do demônio, fazê-lo filho de Deus. O próprio Jesus Cristo se obrigou a estar pela sentença do padre, em recusar ou conceder o perdão, conforme o padre recusar ou dar a absolvição, contanto que o penitente seja digno dela.
De modo que o juízo de Deus está na mão do padre, diz S. Máximo de Turim. A sentença do padre precede, ajuda S. Pedro Damião, e Deus a subscreve. Assim, conclui S. João Crisóstomo, o Senhor supremo do universo não faz senão seguir o seu servo, confirmando no Céu tudo quanto ele decide na terra.
Os padres, diz Sto. Inácio, mártir, são os dispensadores das graças divinas e os consócios de Deus. E, segundo S. Próspero, são a honra e as colunas da Igreja, portas e porteiros do Céu.
Se Jesus Cristo descesse a uma igreja, e se sentasse num confessionário para administrar o sacramento da Penitência, ao mesmo tempo que um padre sentado no outro, o divino Redentor diria: Ego te absolvo (Eu te absolvo) o padre diria o mesmo: Ego te absolvo (Eu te absolvo); e os penitentes ficariam igualmente absolvidos, tanto por um como pelo outro.
Que honra para um súdito, se o seu rei lhe desse poder para livrar da prisão quem lhe aprouvesse! Mas muito maior é o poder dado pelo Padre Eterno a Jesus Cristo, e por Jesus Cristo aos padres, para livrarem do inferno, não só os corpos, mas até as almas; esta reflexão é de S. João Crisóstomo.

IV. A dignidade do padre excede todas as dignidades criadas

A dignidade sacerdotal é pois neste mundo a mais alta de todas as dignidades, nota Sto. Ambrósio. Ela excede, diz S. Bernardo, todas as dignidades dos imperadores e dos anjos. Santo Ambrósio ajunta que a dignidade do padre sobreleva à dos reis como o ouro ao chumbo. A razão disso, segundo S. João Crisóstomo, é que o poder dos reis só se estendem aos bens temporais e aos corpos, ao passo que o dos padres abrange os bens espirituais e as almas. Donde se conclui, em conformidade com o que fica exposto, que o poder ou a dignidade do padre é tão superior à dos príncipes como a alma ao corpo; era o que já tinha dito o Papa S. Clemente.
É uma glória para os reis da terra honrar os padres; é isso próprio dum bom príncipe, diz o Papa Marcelo. Os reis, diz Pedro de Blois, apressam-se a dobrar o joelho diante do sacerdote, a beijar-lhe a mão, e a abaixar humildemente a cabeça para receberem a sua bênção.
Reconhecem assim a superioridade do sacerdócio, diz S. João Crisóstomo. Conta Barónio que Leôncio, bispo de Trípoli, tendo sido chamado à côrte pela imperatriz Eusébia, lhe mandara dizer que, se queria a visita dele, era necessário que primeiro aceitasse as seguintes condições: que à sua chegada a imperatriz desceria do seu trono, viria inclinar a cabeça sob as suas mãos, pedir-lhe e receber dele a bênção; depois ele se assentaria, e ela só o poderia fazer com permissão sua. Terminava por dizer-lhe que, a não se darem essas condições, jamais poria os pés na sua côrte.
Convidado para a mesa do imperador Máximo, S. Martinho brindou primeiro o seu capelão e só depois o imperador. No Concílio de Nicéia, quis Constantino Magno ocupar o último lugar, depois de todos os sacerdotes, num assento menos elevado; e ainda não quis assentar sem permissão deles. O santo rei Boleslau tinha pelos sacerdotes uma tal veneração que não se assentava na presença deles.
A dignidade sacerdotal ultrapassa até a dos anjos, razão por que também estes a veneram. Velam os anjos da guarda pelas almas que lhe estão confiadas, de modo que, se elas se encontram em estado de pecado mortal, excitam-nas a recorrer aos sacerdotes, esperando que eles pronunciem a sentença de absolvição; assim fala S. Pedro Damião.
Se um moribundo pedir a assistência de S. Miguel, bem poderá, é verdade, este glorioso arcanjo expulsar os demônios que o cercarem, mas não quebrar-lhes as cadeias, se não vier um padre que o absolva. Acabando S. Francisco de Sales de conferir a ordem de presbítero a um digno clérigo, notou à saída que ele trocava algumas palavras com outra pessoa, a quem queria ceder a passo. Interrogado pelo Santo, respondeu ao jovem sacerdote que o Senhor o tinha honrado com a presença visível do seu anjo da guarda.
Este antes da sua elevação ao sacerdócio caminhava à sua direita e precedia-o, mas agora tomava a esquerda e recusava caminhar diante; por isso ele se tinha ficado à porta, numa santa contenda com o anjo. S. Francisco de Assis dizia: “Se eu visse um padre, primeiro ajoelharia diante do padre, e depois diante do anjo”.
Mais ainda, o poder do padre excede até o da santíssima Virgem; porque a Mãe de Deus pode pedir por uma alma e obter-lhe quanto quiser pelas suas súplicas, mas não pode absolvê-la da menor falta. Escutemos Inocêncio III: “Embora a santíssima Virgem esteja elevada acima dos apóstolos, não foi, contudo, a ela, mas a eles que o Senhor confiou as chaves do reino dos céus”.
Por outro lado, S. Bernardino de Sena, dirigindo-se a Maria, diz igualmente que Deus elevou o sacerdócio acima dela; e eis a razão que dá: Maria concebeu Jesus Cristo uma só vez; o padre pela consagração concebe-o, por assim dizer, quantas vezes quer; de modo que, se a pessoa do Redentor ainda não existisse no mundo, o padre, pronunciando as palavras da consagração, produziria realmente esta pessoa sublime do Homem-Deus.
Daqui esta bela exclamação de Sto. Agostinho: “Ó venerável dignidade a dos sacerdotes, entre cujas mãos o Filho de Deus encarna como encarnou no seio da Virgem!”. Por isso S. Bernardo, entre muitos outros, chama aos padres pais de Jesus Cristo. De fato, são causa da existência real da pessoa de Jesus Cristo na Hóstia consagrada.
De certo modo, pode o padre dizer-se criador do seu Criador, porque pronunciando as palavras da consagração, cria Jesus Cristo sobre o altar, onde lhe dá o ser sacramental, e o produz como vítima para oferecê-lo ao Padre eterno. Para criar o mundo, Deus só disse uma palavra: Disse, e tudo foi feito; do mesmo modo, basta que o sacerdote diga sobre o pão: Isto é o meu corpo; = Hoc est corpus meum; e eis que o pão deixou de ser pão: é o corpo de Jesus Cristo. S. Bernardino de Sena vê nesta maravilha um poder igual ao que criou o universo. E Sto. Agostinho exclama de assombro: “Ó venerável e sagrado poder o das mãos do padre! Ó glorioso ministério! Aquele que me criou a mim, deu-me, se ouso dizê-lo, o poder de o criar a ele; e ele que me criou sem mim, criou-se a si por meio de mim!”
Assim como a palavra de Deus criou o céu e a terra, assim também, diz S. Jerônimo, as palavras do padre criam Jesus Cristo. Tão alta é a dignidade do padre que vai até abençoar sobre o altar o próprio Jesus, como Vítima para oferecer ao Padre eterno. Segundo nota o Pe. Mansi, no sacrifício da Missa, Jesus Cristo é considerado como Sacrificador principal e como Vítima: como Sacrificador abençoa o padre; mas, como Vítima, é abençoado pelo padre.

V. O alto posto ocupado pelo padre


A excelência da dignidade sacerdotal mede-se também pelo alto posto que o padre ocupa. No sínodo de Chartres, celebrado em 1550, é chamado “a morada dos santos”. Dá-se aos padres o título de vigários de Jesus Cristo, e assim os chama Sto. Agostinho, porque fazem as suas vezes na terra.
Tal é também a linguagem empregada por S. Carlos Borromeu no sínodo de Milão: Somos nós os embaixadores de Jesus Cristo; é Deus quem pela nossa boca vos exorta. Foi o que o próprio Apóstolo declarou. Subindo ao Céu, o divino Redentor deixou os sacerdotes para serem na terra os mediadores entre Deus e os homens, particularmente ao altar, como diz S. Lourenço Justiniano: “Deve o padre aproximar-se do altar como o próprio Jesus Cristo”. S. Cipriano diz: “O padre ocupa verdadeiramente o lugar e desempenha o ofício do Salvador; e S. Crisóstomo: Quando virdes o sacerdote a oferecer o sacrifício, vêde a mão de Jesus Cristo estendida dum modo invisível”.
Ocupa também o padre o lugar do Salvador, quando remite os pecados, dizendo: Ego te absolvo (Eu te absolvo). O grande poder que o Padre eterno deu ao seu divino Filho, comunica-o Jesus Cristo aos padres, De suo vestiens sacerdotes, segundo a expressão de Tertualiano.
Para perdoar um pecado, é necessário o poder do Altíssimo, como a Igreja o faz ouvir nas suas orações.
Tinham, pois, razão os judeus, quando, ao verem que Jesus Cristo perdoava os pecados ao paralítico, disseram: “Quem senão Deus pode perdoar os pecados?” Mas esta graça que só Deus pode fazer pela sua onipotência, o padre a pode também dispensar por estas palavras: Ego te absolvo a peccatis tuis; (Eu te absolvo dos teus pecados), porque a forma, ou, se o quiserem, as palavras da forma, pronunciadas pelo padre nos sacramentos, operam imediatamente o que significam.
Qual seria o nosso espanto, se víssemos um homem que, mediante algumas palavras, tivesse a virtude de tornar branca a pele dum negro! O padre faz mais, quando diz: Eu te absolvo, — porque no mesmo instante demuda em amigo um inimigo de Deus, e um escravo do inferno num herdeiro do Céu.
O cardeal Hugues põe na boca do Senhor estas palavras, que representa dirigidas a um sacerdote ao absolver um pecador: Eu fiz o céu e a terra, mas dou-te o poder para fazeres uma criação mais nobre e melhor: duma alma manchada pelo pecado, faze uma alma nova (Faze uma alma nova, quer dizer, faze que uma alma pecadora e escrava de Lúcifer se torne minha filha). Mandei à terra que produza os seus frutos; dou-te um poder melhor, o de produzires frutos nas almas.
Privada da graça é a alma como uma árvore seca, que não pode produzir nenhum fruto; mas, recobrando a graça pelo ministério do padre, produz frutos de vida eterna. Santo Agostinho ajunta que a justificação dum pecador é uma obra maior que a de criar o céu e a terra. O Senhor diz a Jó: Tendes vós um braço como o de Deus, e uma voz trovejante como a sua? Ora, quem é que tem um braço semelhante ao de Deus e como Deus faz trovejar a sua voz? É o padre que, dando a absolvição, se serve do braço e da voz do próprio Deus, para livrar do inferno as almas.
Lemos em Sto. Ambrósio que o padre, quando absolve, opera o mesmo que faz o Espírito Santo, quando justifica as almas. Eis por que o divino Redentor, ao conferir aos padres o poder de absolver, lhes deu o seu Espírito: Soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo: aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos. Deu-lhes o seu Espírito que santifica as almas, e estabeleceu-os cooperadores seus, conforme a expressão do Apóstolo. E S. Gregório ajunta: “Receberam o poder judicial supremo, para em nome de Deus, remirem ou reterem os pecados aos outros”. Razão tem pois S. Clemente de chamar ao padre um Deus na terra. Davi disse:Veio Deus à assembléia dos deuses.
Segundo a explicação de Sto. Agostinho, os deuses de que fala são os sacerdotes. E eis o que diz Inocêncio III: “Os padres se chamam deuses, por causa da dignidade do seu ofício”.

VI. Conclusão

Mas, que horror ver, numa mesma pessoa, uma dignidade sublime e uma vida vergonhosa, uma profissão divina e obras de iniqüidade! Para longe de nós esta desordem, exclama Sto. Ambrósio; que as nossas obras estejam de acordo com o nosso nome! O que é uma alta dignidade num indigno, senão uma pérola caída na lama, pergunta Salviano?
O Apóstolo nos adverte que ninguém deve ser tão audacioso que se eleve ao sacerdócio, sem a vocação divina de Aarão, pois que nem Jesus Cristo se quis arrogar a honra do sacerdócio, mas esperou que seu Pai o chamasse a essa dignidade.

 

O que é um padre?
(Padre J.Baeteman)

Sem dúvida é um homem como nós, porém um homem obrigado, pela vocação, a viver num plano superior, a tender à perfeição, mesmo à santidade; um homem condenado a viver só, sem família, a fim de ter o coração livre e sempre pronto à todas as dedicações; um homem que segundo a palavra do P. Chevrier, é "feito para ser comido"; um homem que não se pertence, mas que pertence a todos.

Como Cristo ele está na terra "para servir". E que servidão a sua! Dia e noite ele está à disposição dos que necessitam do seu ministério; passará horas a fio nisso... quantos padres têm perdido a saúde em conseqüência de estágios prolongados no confessionário! Em particular nas vésperas das festas, ás vezes eles entrarão ali ás seis horas da manhã para saírem já noite fechada! Em certos momentos, o seu pobre corpo não pode mais, a cabeça estala; mas eles têm de permanecer no seu posto. Estão ali "para servir". Ali ouvem confissões perturbadoras, ficam ligados a elas por um segredo terrível, a ponto de deverem morrer antes que revelarem o que ouviram. E, se uma epidemia estender suas devastações sobre o país, eles serão sempre os primeiros, e por dever, a ir à cabeceira dos doentes, ainda quando tivessem com isso de contrair o contágio e a morte. Devem "servir"!

No campo, é uma solidão esmagadora e, às vezes, a pobreza extrema... Nas cidades, o padre é "moído", da manhã à noite, pelos ofícios, pelos catecismos, pelos doentes, pelas visitas obrigatórias, pelos patronatos, etc...

E quantos que, á noite, ainda são obrigados a ocupar-se de círculos de estudos, de sessões a preparar, e o mais; expostos ainda a levantar-se se, durante a noite, os chamarem à cabeceira de um moribundo!

Na realidade, quando olhada sem "parti-pris", a vida do padre é simplesmente heróica.

O que os inimigos exprobram, sobretudo, não é o bem que ele faz, é vê-lo teimar em viver na cruz, como seu Mestre, condenando-lhes assim os costumes dissolutos! A ele, como a Cristo, eles bradam: "Desce da tua cruz!" Então talvez eles lhe perdoassem, se o vissem tornar-se como um deles. Mas o eleito de Deus obstinar-se-á na sua vida rude, crucificado, solitário; jamais descerá da sua cruz, jamais renunciará ao seu papel de Cristo. Por isto, será sempre perseguido pelas injúrias, pelos sarcasmos, pelos escárnios e pelo ódio.

Os jornais de 1937 noticiaram que, na Espanha, 50% dos padres haviam sido fuzilados, torturados, trucidados; em certas regiões a proporção foi até 90%.

...Um missionário da China, voltando à França depois de haver por milagre escapado a horríveis perigos, ao descer do navio, em Marselha, arrastava o seu pobre corpo gasto, amortecido. Uns operários passam por junto dele, e um deles, apontando-o aos outros, exclama: "Quando será que se jogará na água esse lepra?" Por que esse grito de ódio? Era um padre!

... A nossa batina designar-nos-á sempre aos punhais dos sicários e às balas dos desordeiros!

(Padre Baeteman - Mais perto de Ti, meu Cristo - pág. 249 a 252)


 
 
AS EXCELÊNCIAS DA BATINA.


Pe. Jaime Tovar Patrón

Esta breve coleção de textos nos recorda a importância do uniforme sacerdotal, a batina ou hábito talar. Valha outro tanto para o hábito religioso próprio das ordens e congregações. Em um mundo secularizado, da parte dos consagrados não há melhor testemunho cristão que a vestimenta sagrada nos sacerdotes e religiosos.


“Sete excelências da batina.”


"Atente-se como o impacto da batina é grande ante a sociedade, que muitos regimes anticristãos a têm proibido expressamente. Isto nos deve dizer algo. Como é possível que agora, homens que se dizem de Igreja desprezem seu significado e se neguem a usá-la?"

Hoje em dia são poucas as ocasiões em que podemos admirar um sacerdote vestindo sua batina. O uso da batina, uma tradição que remonta a tempos antiqüíssimos, tem sido esquecido e às vezes até desprezado na Igreja pós-conciliar. Porém isto não quer dizer que a batina perdeu sua utilidade, se não que a indisciplina e o relaxamento dos costumes entre o clero em geral é uma triste realidade.

A batina foi instituída pela Igreja pelo fim do século V com o propósito de dar aos seus sacerdotes um modo de vestir sério, simples e austero. Recolhendo, guardando esta tradição, o Código de Direito Canônico impõe o hábito eclesiástico a todos os sacerdotes.

Contra o ensinamento perene da Igreja está a opinião de círculos inimigos da Tradição que tratam de nos fazer acreditar que o hábito não faz o monge, que o sacerdócio se leva dentro, que o vestir é o de menos e que o sacerdote é o mesmo de batina ou à paisana.

Sem dúvida a experiência mostra o contrário, porque quando há mais de 1500 anos a Igreja decidiu legislar sobre este assunto foi porque era e continua sendo importante, já que ela não se preocupa com ninharias.
Em seguida expomos sete excelências da batina condensadas de um escrito do ilustre Padre Jaime Tovar Patrón.

1ª RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE

Certamente que, uma vez recebida a ordem sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca faz mal: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se  chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se despreza a categoria ou classe que este representa.

2ª PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO

Não resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias, uniformes... Um dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um guardião, é necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos.

Uma batina sempre suscita algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento.

 As relações da alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não pisa na Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo  do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os fiéis tem lamentado a dessacralização e seus devastadores efeitos. Os modernistas clamam contra o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois se queixam de seminários vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há dúvidas: o "desbatinamento" ou "desembatinação" leva à dessacralização.

3ª É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS

O sacerdote o é não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se este leva um sinal externo. Aquele que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho de sua missão.

4ª SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS

A quantas coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência, que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo, S.I., é hoje uma terrível realidade.
Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais.

Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros.

Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.

5ª AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS

O povo cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem particular se não o de seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos. Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de um estorvo?
 
6ª IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR

A Igreja preservou sempre seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias sagradas da Igreja.

Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos, cores, etc. Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê de seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.

7ª EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO DA IGREJA

Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina o ajuda a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o sacerdote de seu importante papel e sua missão sagrada ou confundirá seu traje e sua vida com a do mundo.

Estas sete excelências da batina poderão ser aumentadas com outras que venham à tua mente, leitor. Porém, sejam quais forem, a batina sempre será o símbolo inconfundível do sacerdócio, porque assim a Igreja, em sua imensa sabedoria, o dispôs e têm dado maravilhosos frutos através dos séculos.
Notas:

- O autor: Padre Jaime Tovar Patrón, coronel capelão, ocupou importantes responsabilidades no Vicariato Castrense. Oriundo de Extremadura, Espanha, foi grande orador sacro. Autor do livro Los curas de la Cruzada, autêntica enciclopédia dos heróicos sacerdote que desenvolveram seu trabalho pastoral entre os combatentes da gloriosa Cruzada de 1936. É, ademais, uma história do sacerdócio castrense. Faleceu em janeiro de 2004.
        
Código de Direito Canônico (1983): Livro II, I Parte, Título III, Capítulo III:
Cân. 284 Os clérigos usem hábito eclesiástico conveniente, de acordo com as normas dadas pela Conferência dos Bispos e com os legítimos costumes locais.
Cân. 285 § 1. Os clérigos se abstenham completamente de tudo o que não convém ao seu estado, de acordo com as prescrições do direito particular.
§ 2. Os clérigos evitem tudo o que, embora não inconveniente, é, no entanto, impróprio ao estado clerical.

Convém recordar: muitos sacerdotes e religiosos mártires pagaram com seu sangue o ódio à fé e à Igreja desencadeado nas terríveis perseguições religiosas dos últimos séculos. Muitos foram assassinados simplesmente por vestirem a batina. O sacerdote que veste a batina é para todos um modelo de coerência com os ideais que professa, à vez que honra o cargo que ocupa na sociedade cristã.

Se bem é certo que o hábito não faz o monge, também é certo que o monge veste hábito e o veste com honra. Que podemos pensar do militar que despreza seu uniforme? O mesmo que do vigário que despreza sua batina!

IMITAÇÃO DE CRISTO



Conselho do Dia
Este é o conselho que a Imitação de
Cristo lhe dá para hoje:

Todas as vezes que o homem deseja alguma coisa desordenadamente, torna-se logo inquieto. O soberbo e o avarento nunca sossegam; entretanto, o pobre e o humilde de espírito vivem em muita paz. O homem que não é perfeitamente mortificado facilmente é tentado e vencido, até em coisas pequenas e insignificantes. O homem espiritual, ainda um tanto carnal e propenso à sensualidade, só a muito custo poderá desprender-se de todos os desejos terrenos. Daí a sua freqüente tristeza, quando deles se abstém, e fácil irritação, quando alguém o contraria. (Das afeições desordenadas)

Dia do Portuário e

Dia da Abertura dos Portos às Nações Amigas
Em 1808, por meio de decreto real, os portos brasileiros foram abertos a todas as nações amigas que quisessem comercializar com a Colônia, fato que foi considerado o primeiro grande passo para a independência política e econômica do Brasil, apesar do domínio inglês.
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28 de janeiro

Dia do Portuário e
Dia da Abertura dos Portos às Nações Amigas
No século XIX, Napoleão Bonaparte, imperador da França, exercia seu domínio militar sobre toda a Europa. A única potência que ainda fazia frente ao seu poderio era a Inglaterra. Donos de uma poderosa frota naval, os ingleses o derrotaram na Batalha de Trafalgar, em 1805.

Para enfrentar a Inglaterra, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, que consistia em mantê-la isolada em sua ilha, sem contato comercial com outras nações. Nenhum país poderia comercializar com a Inglaterra, sob a ameaça de represália militar francesa. Como Portugal sempre foi um dos principais parceiros comerciais da Inglaterra, não desejava respeitar o bloqueio. Assim, aconselhada pelos ingleses, a família real portuguesa mudou-se com toda a corte para o Brasil. Em 1807, logo após a partida da família real, Napoleão invadiu Portugal.

Portugal não tinha como se defender dos franceses; precisava da proteção dos ingleses. Por isso, a Inglaterra solicitou a abertura dos portos brasileiros como condição para apoiar a fuga da família, real. Portugal teve, então, de assinar um tratado que taxava em 15% as mercadorias dos navios ingleses. O imposto aplicado aos ingleses era menor que aquele aplicado às outras nações, incluído Portugal. Assim, o comércio brasileiro ficou entregue aos ingleses durante muito tempo.

Em 1808, por meio de decreto real, os portos brasileiros foram abertos a todas as nações amigas que quisessem comercializar com a Colônia, fato que foi considerado o primeiro grande passo para a independência política e econômica do Brasil, apesar do domínio inglês.

Os portuários são os profissionais que trabalham nos portos carregando mercadorias, dirigindo guindastes e empilhadeiras, movimentando contêiners dentro e fora dos navios. Entre outras atribuições, estão a fiscalização da entrada e da saída de mercadorias e passageiros dos portos. Também cuidam da manutenção dos equipamentos, da iluminação e do bom funcionamento dos modernos meios de operação portuária, bem como do controle alfandegário. Esse trabalho é muito importante, pois é por meio do porto que se faz o exercício do comércio interno e externo, que redunda em divisas para o país e melhoria das condições de vida do povo.
Referência:
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Dia Mundial do Hanseniano

Dia Mundial do Hanseniano

O hanseniano é o portador da hanseníase, que antigamente era chamada de "lepra", palavra que surgiu da tradução para o grego da palavra tsara-ath, um termo hebreu para "degradação". Era uma palavra utilizada desde os tempos da construção da pirâmide de Gizé, no antigo Egito, há mais de seis mil anos.
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28 de janeiro

Dia Mundial do Hanseniano
O hanseniano é o portador da hanseníase, que antigamente era chamada de "lepra", palavra que surgiu da tradução para o grego da palavra tsara-ath, um termo hebreu para "degradação". Era uma palavra utilizada desde os tempos da construção da pirâmide de Gizé, no antigo Egito, há mais de seis mil anos. Os trabalhadores escravizados e submetidos às duras condições do deserto ficavam expostos a diversas doenças, principalmente as de pele. Os doentes, amedrontados, acabavam fugindo das pirâmides e eram chamados de tsara-ath. Esse fenômeno de fuga pode ser observado em muitos relatos, principalmente na Bíblia.

Assim, a palavra "lepra" designava toda e qualquer doença de pele, como psoríase, eczema, vitiligo, sarna, micoses etc. O grande preconceito, porém, recaía sobre os portadores de hanseníase, devido aos efeitos devastadores da doença. Os hansenianos, estigmatizados, freqüentemente eram abandonados pela família, expulsos das cidades e condenados a viver no exílio. Não só a exclusão social, como também a fome causavam mais mortes do que a própria doença.

A hanseníase tem esse nome em homenagem ao cientista Gerhard Hansen (1841-1912), que, em 1873, descobriu o bacilo causador da doença. Os principais sintomas são a atrofia nervosa, o surgimento de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, dormência, caroços nas orelhas e queda de pêlos. O bacilo provoca a insensibilidade dos membros, fato que coloca o portador em sério risco, visto que os ferimentos passam despercebidos, e o doente deixa de tratá-los. Isso acaba causando putrefação e a conseqüente perda da área afetada.

Dos quatro tipos de hanseníase existentes, somente duas são transmissíveis. Mesmo assim, os portadores só podem transmiti-la mediante contato íntimo e prolongado e, ainda, se estiverem sem tratamento. A hanseníase não é hereditária nem sexualmente transmitida, mas pode atingir qualquer pessoa. Contudo, tem cura!

O tratamento é muito simples e é efetuado em qualquer posto de saúde. A cura pode levar de seis meses a dois anos. O primeiro comprimido já impede que o doente; transmita a doença; em muitos casos, as manchas e os caroços começam a sumir.

Em razão do preconceito e da falta de informação, o Brasil é o segundo país do mundo em número de casos da doença, perdendo somente para a Índia, em oposição aos países de Primeiro Mundo, que já erradicaram esse mal.
É preciso ficar sempre atento ao aparecimento de manchas pelo corpo, sobretudo aquelas insensíveis ao calor e à dor. Em caso de dúvida, basta dirigir-se o mais depressa possível, sem nenhum constrangimento, ao posto de saúde mais próximo, ou procurar um médico.
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Dia do Portuário e Dia da Abertura dos Portos às Nações Amigas