Blog Alma Missionária

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Estudo Bíblico

                                                                          I

"O clamor dos pobres" que sobe até os ouvidos de Deus (cf. Jó 34,28: "fazendo chegar até Ele o clamor do pobre, e tornando-o atento ao grito do infeliz.") ressoa muitas vezes nos salmos. É verdade que não ouvimos aí apenas as queixas dos indigentes, mas também a prece dos
                                                  * perseguidos,
                                                  * dos infelizes,
                                                  * dos aflitos: todos esses também fazem parte da família dos pobres e os salmos nos revelam sua alma comun (Sl 9-10; 23; 25;69) 

Sl 23: O Senhor é meu pastor nada me faltará.
Em verdes prados ele me faz repousar.
Conduz-me junto às águas refrescantes,
Restaura as forças de minha alma.
Pelos caminhos retos ele me leva,
Por amor do seu nome.
Ainda que eu atravesse o vale escuro,
Nada temerei, pois estás comigo.
Vosso bordão e vosso báculo
São o meu amparo.
Preparais para mim a mesa
A vista de meus inimigos.
Derramais o perfume sobre minha cabeça,
Transborda a minha taça.
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me
Por todos os dias da minha vida.
E habituarei na casa do Senhor
Por longos dias.

Pode acontecer que eles exprimam de modo violento suas aspirações por um amanhã melhor em que as situações estejam invertidas (54, 7ss; 69,23-30), mas eles esperam sua salvação de Javé, de quem se sabem solidários, como o "pobre"Jeremias que lhe confiava sua causa (Jr 20, 12s). Seus inimigos são os de Deus, os orgulhosos (Sl 18,28) e os ímpios (9,14-19). E sua miséria é um título para seu amor (cf. 10,14). O pobre dos salmos aparece assim, como o amigo e o servo de Javé (cf.86,1s), em quem ele se abriga com confiança, a quem ele teme e procura (cf. 34,5-11). Como os tradutores gregos bem compreenderam, não se trata aqui só de miséria material; para traduzir 'anaw', além de usar ptochos, "indigentes",ou penes, pobre "necessitado", empregam também prays, que traz à mente a idéia de um homem "manso", "quieto", mesmo na provação. Com boas razões, podemos igualmente muitas vezes traduzir ánawin' por "humildes"(Sl 10,17; 18,28;37,11;cf. Is 26,5s). Sua disposição fundamental é, com efeito, a ánawah' que certos textos do A.T. aproximam da Justiça (Sf2,3), do "temor de Deus"(Pv 15,33; 22,4)  e da fé ou da fidelidade (Si 45,4 hb; cf. 1,27; Nr 12,3).
Os que sofrem e rezam com tais sentimentos bem merecem o nome de "Pobres de Javé" (Sl 74,19; 149,4); são o objeto de seu amor benevolente (cf. Is 49,13; 66,22) e constituem as primícias do "povo humilde e modesto" (Sf 3,12s), da "Igreja dos pobres" que o Messias reunirá.

A Pobreza Espiritual
Se já sob o A.T. uma elite religiosa encarava a pobreza como uma atitude espiritual, é normal que suceda o mesmo com os discípulos de Jesus, e tal é mesmo o aspecto sublinhado por S.Mateus: "Felizes os pobres em espírito" (5,3), isto é, "aqueles que tem uma alma de pobre". Jesus pede aos seus o desapego interior com respeito aos bens temporais (quer os possuam ou não), a fim de serem capazes de desejar e de receber as verdadeiras riquezas (cf. Mt 6,24-33; 13,22)

O acento que o evangelho põe no aspecto espiritual da pobreza não deve fazer olvidar o valor religioso da pobreza efetiva, na medida em que é sinal e meio de desapego interior. Essa pobreza material é boa quando inspirada pela confiança filial em Deus, pelo desejo de seguir Jesus, pela generosidade para com nossos irmãos; ela pode possibilitar acolher-se com maior liberdade o dom de Deus e se consagrar com maior liberdade ao serviço de seu Reino: outros tantos motivos que, entre os escritores do N.T., sobrenatudo São Lucas se compraz em relembrar (p.ex. Lc 12,32ss) 
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      "Não temas pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o reino. Vendei o que possuís e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, aonde  não chega o ladrão, onde a traça não o destrói. Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração".

Assim como os pobres "voluntários", assim aqueles aos quais a pobreza efetiva tocou como resultado das circunstâncias ou da perseguição são, também eles, bem-aventurados no Reino de Deus, pelo menos se permanecem generosos em sua inteligência (cf. Mt 12,41-44), e se aceitam de boa mente a própria sorte "em vista duma riqueza melhor e estável (He10,34). Desde agora, apesar de sua pobreza material, eles são de fato ricos por sua fidelidade na aprovação (Ap 2,9s); Lucas pôs em evidencia as maravilhosas compensações que Deus lhes reserva na vida futura (Lc 6,20s); junto dele encontrarão, como o pobre Lázaro, uma consolação eterna (16,19-25).

Mt 12,41-44 - No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e condenarão porque fizeram penitência à voz de Jonas. No dia do juízo, a rainha do sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão.
"Quando o espírito impuro sai de um homem, ei-lo errante por lugares áridos à procura de um repouso que não acha. Diz-lhe então: "Voltarei para a casa donde saí. E voltando, encontra-a vazia, limpa e enfeitada.

He10,34 - Não só vos compadecestes dos encarcerados mas aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, pela certeza de possuirdes riquezas muito melhores e imperecíveis". 

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