Dia da Imaculada
Papa pede aos fiéis gratuidade e partilha, a exemplo de Maria
Francisco rezou o Angelus na solenidade da Imaculada; reflexão focou o dom da gratuidade e da partilha
Da Redação, com Rádio Vaticano
Como Maria, todos os cristãos saibam
oferecer a Deus um “sim” pleno à sua vontade e se doar aos outros como
instrumentos de acolhimento, reconciliação e perdão. Este foi o desejo
que o Papa Francisco expressou no Angelus rezado nesta segunda-feira, 8,
no dia da Imaculada Conceição. À tarde, o Pontífice irá para a Praça de
Espanha, como já é tradição, para a veneração à estátua da Imaculada.
Francisco refletiu sobre “gratuidade e
partilha”, tomando como exemplo Maria, escolhida desde sempre e
preservada da culpa original. Segundo o Papa, nada é mais eficaz e
fecundo do que escutar e acolher a Palavra de Deus.
“A atitude de Maria de Nazaré nos mostra
que ‘o ser’ vem antes do ‘fazer’, e que é necessário deixar-se fazer por
Deus para ser verdadeiramente como Ele nos quer. Maria é receptiva, mas
não passiva. Como, a nível físico, recebe o poder do Espírito Santo,
mas depois doa carne e sangue ao Filho de Deus que se forma nela, assim,
no plano espiritual, acolhe a graça e corresponde a ela com a fé”.
Citando Santo Agostinho, o Pontífice
recordou que a Virgem concebeu antes no coração do que no ventre e que
este mistério da acolhida da graça é uma possibilidade para todos.
Francisco observou, que tanto Maria como o ser humano foram abençoados e
escolhidos desde a criação do mundo, com uma diferença: Maria foi
preservada e o homem foi salvo graças ao Batismo e à fé.
O Papa reiterou no final do encontro que a
salvação é gratuita e se deve dar o que se recebe. A gratuidade, disse,
é a consequência que se impõe diante do amor, da misericórdia, da graça
divina derramada nos corações.
“Porque, se tudo nos foi dado, tudo deve
ser dado novamente. De que modo? Deixando que o Espírito Santo faça de
nós um dom para os outros; que nos torne instrumentos de acolhida, de
reconciliação e de perdão. Se a nossa existência se deixa transformar
pela graça do Senhor, não poderemos reter para nós a luz que vem da sua
face, mas a deixaremos passar, para que ilumine os outros”.
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