Blog Alma Missionária

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sábado, 5 de janeiro de 2013


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Madres Do Deserto – Santa Eufrosina- Parte I

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Hoje iniciamos o relato de outra madre do deserto, me impressiona a coragem que teve esta jovem para dizer sim ao seu Senhor e entregar-se sem medidas ao seu Esposo, como nós o veremos no decorrer do relato ela se sobressai à sua própria natureza feminina para corresponder ao chamado de Deus, disfarçando-se de homem e indo para um mosteiro masculino.
Segue o relato, que será dividido em partes, como tenho feito nos anteriores…
Santa Eufrosina pertence já ao século V, porque nasce alguns anos depois da morte de Santa Eufrásia. Conhecemos a sua vida de um escrito anônimo publicado em tradição latina em 1628.
Os pais eram notáveis em Alexandrina, profundamente cristãos. Por longos anos esperaram o nascimento de uma descendente. Pediram por isso orações dos religiosos de um mosteiro próximo e suas orações foram ouvidas: tiveram uma filha que batizaram com o nome de Eufrosina. E quando esta tinha doze anos, sua mãe morreu. Era uma jovem belíssima e procurada de homens bem classificados na sociedade. Pafanúcio, seu pai, desejava para ela um matrimônio honorável, seja no plano humano, como naquele espiritual. Apenas ela completou dezoito anos, ele voltou-se a Teodósio, abade do mosteiro. Deu-lhe uma grande soma de dinheiro e lhe disse: “Eis o fruto das suas orações. Ora, volte-se ainda a Deus por ela, para que encontre um bom marido.” O abade, colocou o dinheiro no bolso e conduziu Eufrosina à hospedaria, onde pregou para ela um retiro sobre castidade, humildade e paciência. Quando depois retornou até ela para acompanhá-la e levá-la ao seu pai, ela jogou-se aos seus pés: “Te suplico, padre – lhe pediu ardentemente -, reze a Deus para que tome conta da minha alma.”
Tempos depois, foi aniversário de ordenação do abade. Este enviou um dos seus monges a convidar Pafanúcio para a cerimônia. O recebeu Eufrosina. A jovem lhe fez vários tipos de perguntas sobre o mosteiro. “Quantos irmãos são entre vocês?” “Trezentos e cinqüenta e dois.” “Quando alguém quer entrar no mosteiro para sua conversão, o pai abade o admite?”. “Claro, com grande alegria, por motivo da palavra do Senhor: Aquele que vem a mim, não o expulsarei.” “Na vossa igreja, salmodiam todos? Jejuam todos?” “Salmodiamos juntos, mas cada um jejua segundo sua livre decisão.” “Quanto gostaria de fugir e abraçar esta vida inefável! Mas temos de desobedecer a meu pai, que quer dar-me a um homem para submeter-me aos afanos deste mundo de vaidades.” “irmã, lhe disse o monge, não permita que um homem possua o teu corpo, case com Cristo, que te dará o Reino dos Céus. Fuja desta casa em segredo, mude a roupa secular pelo hábito religioso e entre no mosteiro.
Era a resposta que Eufrosina esperava. Os exemplos que tinha admirado no mosteiro respondiam às palavras que tinha lido na Escritura. Estava decidida a passar sobre as ordens do pai terreno, que devia ceder ao passo diante à exigência do Pai celeste. Estava decidida a ir e esconder-se debaixo do hábito monástico. Mas onde esconder-se? Certo, não faltavam as casas de monjas em Alexandrina e em seu redor, mas qual superiora aceitaria uma jovem contra a vontade de seu pai? Que se a abadessa a aceitasse seu pai iria procurá-la e a traria de volta para casa à força. E se fosse escondida, Pafanúcio moveria céus e terra para reencontrá-la. E a reencontraria. Estava imersa naquela dúplice onda de sentimentos: a alegria de ter encontrado Deus e a amareza de ter um pai que era contra a sua vocação. Porém o pai manifestou à filha o grande prazer de ter sido convidado para a festa do abade, e que iria sem dúvidas. Agora, a jovem encontrou a solução. E se empenhou por fazê-la triunfar. Enviou à cidade sua mais fiel serva e lhe recomendou de voltar com um monge. Esta encontrou com um no mercado, e próprio do mosteiro de Teodósio: não participava da festa porque estava empenhado nos afazeres temporais da comunidade. Aceitou o convite. Quando Eufrosina o viu chegar, viu nisso um sinal da misericordiosa disposição da Providência.
Continuamos na próxima semana…
Fiquem na Paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J



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Madres Do Deserto – Santa Eufrosina – Parte II

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Continuamos o relato da outra semana, quando chega até Eufrosina o monge do mosteiro do abade Teodósio…
Era um ancião pleno de bondade. Antes de qualquer decisão, ela quis pedir conselho também a ele: “O que pensa meu senhor, tenho um pai cristão, o qual, em nome das riquezas deste mundo, confiar-me a este mundo de iniqüidade, coisa que eu não quero. Que devo fazer?” o ancião respondeu com uma citação do Evangelho: “Se um vem Amim e não odeia seu pai, sua mãe, a mulher, os filhos, os irmãos, as irmãs e enfim, a própria vida, não pode ser meu discípulo.” Agora, ela confiou-se às suas mãos. Ele colocou-se a rezar, depois cortou de um modo ritual, os longos cabelos, a revestiu com uma roupa penitencial e, depois de ter dado a benção, deixou aquela casa.
Eufrosina havia realizado a primeira metade da sua decisão: tornou-se uma virgem consagrada a Deus, segundo os ritos da igreja. Mas não queria permanecer uma simples asceta que servia ao Senhor em casa. Tinha sede de uma vida de maior penitência. Porém, sabia que seu pai era um tanto obstinado e duro que não respeitaria o empenho que ela havia iniciado. Tirou a túnica, colocou roupas masculinas e olhou-se no espelho. Permaneceu maravilhada: com os cabelos curtíssimos e as roupas masculinas, não se reconhecia mais. Saiu toda inebriada da sua audácia, com o coração que batia. Sim, ela pegou a resolução. E confiou a Deus o bom êxito. Pelas estradas da cidade, aquele belo jovem que ninguém conhecia correndo, com pernas leves, atravessou os arredores, chegando ao mosteiro onde a festa tinha apenas acabado. Estavam apagando as velas da igreja. “Diga ao padre abade – pediu ao porteiro – que um jovem deseja vê-lo agora?”. A fez entrar no parlatório, pouco depois abade Teodósio apareceu. Ela o observava. Nem mesmo ela a reconheceu. Procurando de deixar sua voz mais grave, ela começou a dizer, com toda desenvoltura: “Padre, sou um eunuco e quero encontrar a conversão neste mosteiro.” E permaneceu em espera, com a garganta apertada. Não, o santo padre não tinha reconhecido nem mesmo a voz. Ele rezou. Depois levantou a cabeça e procurou os seus olhos. “Fez bem em vir até nós, meu filho. Se este mosteiro te parece aquele apto para fazer penitência, com alegria te acolho. Qual é o teu nome? “Esmerado”. A espertinha tinha pensado em tudo. “Bem, esmerado, filho meu, começará o período de prova.”
As coisas aconteceram como Eufrosina havia pedido ao Senhor. O abade chamou um velho monge de nome Agápito, consumado na santidade. “Confio-te este jovem – lhe disse – se chama Esmerado. Será teu filho e teu discípulo. Pegue sob o seu cuidado e educa-o ao ponto que supere o seu mestre.” Mas o incansável postulante, por quantos esforços fizesse para assumir um aspecto viril, ainda tinha muito charme. Agapito, sendo um homem esperto, fez uma careta e disse ao abade: “Nos trouxe um rapaz um pouco efeminado. Turbará o coração de alguém. Sabe bem que o diabo é sempre pronto para aproveitar de certos rostos atraentes.” Teodósio não quis insistir. Mas preparou uma cela para o irmão Emerado e conduziu-o até ela, ele mesmo. “Irmão, lhe disse, viverá sob o cuidado do padre Agápito, como um verdadeiro solitário. Será nesta cela isolada que recitará o ofício e tomará as refeições.
Ao mesmo tempo, Pafanúcio voltou para casa. ansioso para contar à sua filha sobre a festa que havia participado foi bater à porta de seu quarto. Mas Eufrosina não estava. Fez com que a procurassem em toda a casa, mas ninguém sabia o que havia acontecido com ela. Mandou pedir informações ao futuro sogro, mas este não sabia de nada. Pafanúcio estava aflito. Prostrado em um ângulo, procurava uma explicação. “Certamente – lhe disse o futuro sogro – um homem a seduziu. E ela escapou com ele.” O pai, porém tinha uma idéia bem mais alta de sua amada filha. Suspeitava que aquela fuga tivesse sido inspirada por uma razão mais santa. Pegou seus servos e servas e mandou em todos os lugares onde Eufrosina poderia ter encontrado refúgio: mosteiro de virgens, eremitágios, grutas; não foram deixadas de olhar nem mesmo as casas de famílias. Em vão. Agora Pafanúcio iniciou a desesperar-se. “Ah! gemia minha dulcíssima filha, consolação dos meus olhos! Quem dissecou a minha vinha? Quem me raptou a minha esperança:” E porque nenhuma criatura no mundo podia enxugar suas lágrimas, foi encontrar seu amigo Teodósio, que lhe deu consolações divinas e invocou todas as orações da comunidade para o retorno do filho pródigo.
Continuamos na próxima semana…
Fiquem na Paz!
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