Blog Alma Missionária

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sábado, 16 de março de 2013


sábado, 16 de março de 2013

LEITURA ORANTE PARA O 5 DOMINGO DA QUARESMA

REFRÃO MEDITATIVO: A tua ternura Senhor vem abraçar, a tua bondade infinita me perdoar. Vou ser o teu seguidor, e te dar o meu coração, eu quero sentir o calor de tuas mãos.

INVOCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

TEXTO BÍBLICO: Jo 8,1-11

1. LEITURA: Que diz o texto?
PISTAS PARA LEITURA
(Fonte: lectionautas.com.br)

Neste domingo nós nos afastamos do evangelho de Lucas para entrar no evangelho de João. No entanto, este evangelho não perde de vista a experiência da misericórdia. Trata-se do episódio da mulher surpreendida em adultério (João 8.1-11). Diante dela e também diante de seus acusadores, hoje vemos Jesus como Senhor da misericórdia e do perdão, que penetra no mais íntimo do coração do homem.

Precisamente neste ponto é que, agora, põem à prova Jesus, e esta será a ocasião para um magnífico ensinamento sobre o dinamismo do perdão: reconhecer o pecado, ser perdoado e perdoar aos demais. E vice-versa: assim como aquele que tem motivos para ser julgado não está autorizado para julgar, igualmente somente quem perdoa pode ser perdoado por Deus.

1. Jesus, Mestre no Templo (8.1-2)
Jesus madruga para ir ao Templo, e ali o rodeia uma grande quantidade de gente que busca seu ensinamento. Jesus encontra-se na qualidade de “Mestre”; por isso se diz que “estava sentado, ensinando a todos” (v. 2b). A situação será aproveitada pelos inimigos de Jesus para emboscá-lo em uma armadilha jurídica, desacreditá-lo e levá-lo ao patíbulo.

2. O julgamento público da adúltera (8.3-9)
 “Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério” (v. 3). Ao que parece, o fato não deixa dúvidas. No que diz respeito à Lei, esta é muito clara: “Se um homem cometer adultério com a mulher de outro, ele e a mulher deverão ser mortos” (Levítico 20.10).

a. O problema de fundo
 O evangelista diz-nos que “eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo” (v. 6a). Se Jesus aprovasse o comportamento de seus inimigos, também aceitaria a postura deles contra os pecadores; consequentemente, teria de pôr fim à sua práxis de misericórdia e aparecer diante do povo como um falso mestre. Se Jesus, porém, não o fizesse, daria motivos para ser acusado de falso mestre que afasta as pessoas da Lei de Deus.

b. A resposta de Jesus
 Jesus não se precipita para dar o veredicto, mas concede a si mesmo um tempo. Sua primeira resposta é o silêncio, um silêncio que convida todos à reflexão. Por fim, Jesus dar-lhes atenção e se dirige diretamente a seus adversários, citando de forma adaptada a norma do Deuteronômio 17.7. Com suas palavras, faz com que eles se deem conta de que não levaram em consideração seus próprios pecados. Os adversários são honestos e aceitam em seu coração a palavra de Jesus: “Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um” (v. 9a). O mesmo faz todo o auditório. Que lição incrível receberam naquele dia! O momento final gira em torno de um diálogo delicado e concreto entre a mulher adúltera e Jesus. Ele apresenta sua própria posição: tampouco a condena à pena de morte e despede-a exortando-a a começar nova vida. Com outras palavras: uma absolvição e o encargo de uma nova tarefa.

OLHAR PARA REALIDADE
(Francisco Regis)
Jesus desconcerta os acusadores da mulher pega em adultério, porque estavam cegos pela Lei. Não estavam errados, apenas se deixaram cegar pela Lei e, na vontade de fazer justiça, tentaram matar uma vida. Colocaram a Lei acima da vida; Jesus coloca a vida acima da Lei. Para Jesus (e para nós cristãos) toda Lei que tira a vida é imoral e agride a consciência religiosa de discípulos e discípulas do Evangelho. Jesus não coloca panos quentes para amenizar a gravidade do pecado contra a fidelidade conjugal, nem procura motivos, justificações e justificativas... apenas aponta um novo caminho aos apedrejadores e à adúltera. Os apedrejadores abandonam suas armas e a mulher conhece um novo modo de viver.

A Psicologia denomina “projeção” ao processo de atribuir a fatos, coisas ou pessoas o motivo de algum fracasso. É um risco e uma tentação constante em quem se coloca na busca de Deus, no caminho da religião. A projeção é uma forma de defesa. Em vez de assumir a responsabilidade dos fatos, acusa e coloca a culpa no outro. O aluno projeta seu fracasso no professor, acusando-o de não explicar a matéria, enquanto a realidade é o fato de não ter estudado. O jovem tornou-se alcoólatra ou dependente químico, dizem os pais, porque más companhias o levaram a isso, e esquecem que consideravam bonitinho do filho tomando cerveja aos 8 ou 10 anos de idade. A pessoa que projeta busca culpados e deixa de apontar novas possibilidades de vida, novas “estradas no deserto”. Existem aqueles que nunca assumem a responsabilidade porque se estacionam em projeções e vivem como vítimas. Vivem com pedras nas mãos, prontos para atirar em “culpados” e são incapazes de olhar para si. Jesus não discute e nem agride os apedrejadores; entra no silêncio de quem escreve... conduz assim os apedrejadores a ficarem em silêncio e depois pede que olhem para suas vidas: “quem nunca pecou tem o direito de atirar a primeira pedra.”Cada apedrejador não projete pedras nos outros, mas “caia em si”, olhe para as pedras que têm em mãos e considere a própria realidade existencial diante de Deus.

É claro que existem causas e conseqüências de nossas escolhas ou da educação que recebemos em nossas famílias. Mas, isso não é motivo para se viver como arqueólogo, desenterrando ossos do passado. “Você é assim, porque no passado, um tio era muito nervoso e agredia sua tia”; ou, porque “seu pai ou avô tinha uma tara, você traz consigo essa nódoa”. Pode até ser que sim, mas viver culpando o passado é voltar ao Egito, ao tempo da escravidão. Alguns mandam rezar missas de cura e libertação, outros fazem terapia, outros reclamam... as reações são diversas. A proposta de Jesus é diferente: reconhece o pecado da infidelidade, mas não o justifica na busca de motivos presentes ou passados que causaram a traição do marido; apenas propõe um novo modo de viver, indicando um novo caminho: “vai e não peques mais”. Propõe viver de modo diferente, viver sem projeções, sem buscar culpados. Viver na dinâmica da misericórdia consigo e para com os outros, assumindo as responsabilidades da vida. Converter-se é crer que existe um novo caminho. Afinal, não se pode tocar a vida, nos caminhos do mundo, ficando olhando unicamente no retrovisor.

PERGUNTAS PARA LEITURA
1)O que o texto narra?
2)Quem trouxe a adultera até Jesus? O que disseram dela?
3)Por que a levaram até Jesus?
4)Qual foi a atitude de Jesus diante da provocação? Por que Jesus se agacha para escrever na terra?
5)Como a mulher se sentiu? Como ela se via diante de tal situação
6)O que aconteceu com os doutores da lei e fariseus depois da resposta de Jesus?
7)Como foi o diálogo de Jesus com a mulher?
8)Como ela se sentiu depois do perdão?
9)O que pode ter acontecido depois da fala de Jesus... vamos imaginar a continuidade do Evangelho...
10) Qual o ensinamento dado para nós por meio desse texto hoje?

2. MEDITAÇÃO
 O que o Senhor me diz no texto?
A misericórdia de Deus precede nosso arrependimento. Sem saber se ela deseja isso, Jesus tem misericórdia da mulher. Contudo, para que haja reconciliação, é necessário que haja duas pessoas. Trata-se de uma experiência de ressurreição, de libertação da parte de um Deus que não abandona os seus. Cada amor/perdão é uma páscoa. Aprendamos do Senhor Jesus a não julgar e a não condenar o próximo. Aprendamos a ser intransigentes com o pecado – a partir do nosso! – e indulgentes com as pessoas. Ajude-nos nisto a santa Mãe de Deus que, preservada de qualquer culpa, é mediadora de graça para cada pecador arrependido.
  
1) Considero-me uma pessoa sem pecado? 
2) Como me comporto diante das falhas e fraquezas dos outros? 
3) Que atitudes Jesus pede que eu assuma? 
4) De que maneira concreta busco e recebo o perdão de meu Senhor? 
5)Valorizo o sacramento da confissão?

3. ORAÇÃO
 O que respondo ao Senhor me fala no texto?
  
Hoje Deus, por meio de sua Palavra, fala a partir de sua misericórdia para comigo como pecador, mas me pede que seja misericordioso com os demais. Que resposta lhe dou quanto a estes convites?

Concedei-me a graça da responsabilidade por meus atos, Senhor. Que eu não fique buscando culpados, projetando causas e sentindo-me vítima do que outros fizeram contra mim. Vós me conheceis melhor que a mim mesmo. Vós sabeis onde residem minhas limitações e meus medos, por isso, recorro à vossa misericórdia. Não peço somente por mim, mas por tantos irmãos e irmãs que vivem sem direção. Indicai-lhes caminhos de liberdade a quem vive sem encontrar uma saída. Abri caminhos novos a quem se sente prisioneiro da vida, tirai pedras das mãos em quem se sente no direito de julgar, agredir, matar. São tantos os caminhos que terminam no nada. Vinde em nosso auxílio, Senhor, para indicar-nos caminhos de liberdade e caminhos libertadores. Amém!

4. CONTEMPLAÇÃO
O Senhor apresenta-se a nós como um Deus que ama profundamente suas criaturas, mas que também exige delas uma vida nova; por isso, digamos:
“Quero, Senhor, ser uma pessoa nova, com tua graça”.

5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?

Nesta quaresma, aproximei-me do Sacramento da Reconciliação? O que me falta para sentir-me perdoado por Deus? Como posso ser misericordioso com os demais? Tenho rancores contra alguém ainda por sanar? Sou capaz de perdoar? Como é a vida nova que Jesus me pede?

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